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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Brasil: as mortes no campo não podem ficar mais impunes

Considerados sucessores de Chico Mendes
diziam que matar árvores era assassinato.


O assassinato na cidade de Nova Ipixuna (Pará) de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, casal que estava entre os líderes na luta contra a extração ilegal de madeira no estado, supostamente mortos por dois pistoleiros contratados por madeireiros da região, é mais um triste episódio de pistolagem de grandes contra pequenos.

Zé Cláudio Ribeiro vivia na região de Marabá e produzia castanhas de maneira sustentável. Era um duro critico a derrubada  ilegal das árvores da região e recebeu, por isso, várias ameaças de morte. Eis que a ameaça foi concretizada no última segunda-feira. E o próprio disse durante palestra no TedAmazônia (vídeo abaixo) "Vivo da floresta, protejo ela de todo jeito. Por isso, eu vivo com a bala na cabeça a qualquer hora". A presidenta Dilma Rousseff determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal assuma a investigação do caso. É o mínimo. É preciso achar quem fez isso e chegar ao mandante. Que se usem todos os serviços de inteligência e investigação disponíveis. O Brasil não pode continuar, principalmente em seus grotões rurais, uma terra sem lei, ignorando as mortes no campo que são inúmeras como apontam relatórios mais recentes da Comissão Pastoral da Terra.

O caso do jornalista Pimenta Neves, assassino confesso da também jornalista Sandra Gomide, preso nesta semana, após mais de 10 anos, é exemplar nesse sentido de como a justiça, mesmo indentificando o autor da brutalidade, pode ser benevolente com o criminoso. A ministra do STF, Ellen Gracie, declarou que o caso Pimenta Neves é um dos delitos mais difíceis de se explicar no exterior. "Como justificar que, num delito cometido em 2000, até hoje não cumpre pena o acusado?". (Thiago Domenici)

Um comentário:

Rodolfo Euflauzino disse...

O que dizer após o acontecido. Não deveríamos nos silenciar, mas estou sem palavras.

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