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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Guerra virtual, parte 2

Nessa entrevista da série "O mundo Amanhã", o fundador do WikiLeaks, Julian Assange segue o papo da semana passada com seus companheiros de armas, os criptopunks, virtuosos cyberativistas que lutam pela paz na internet. O debate é sobre a arquitetura da internet, a liberdade de expressão e as consequências da luta por novas políticas na web

“ O nono episódio da série World Tomorrow continua com os Criptopunks, ativistas da liberdade de informação na internet, Jacob Appelbaum, Andy Müller-Maguhn, Jeremie Zimmerman e, claro, Julian Assange, no papel de advogado do diabo. “Trole-nos, mestre troll”, brinca Jacob.

Na luta pela liberdade na web, os Criptopunks lançam algumas luzes sobre a guerra virtual entre o compartilhamento livre e o roubo, o poder dos governos em intervir versus a liberdade de expressão – e as consequências dessa batalha.

“A arquitetura é a verdade. E isso vale para a internet em relação às comunicações. Os chamados ‘sistemas legais de interceptação’, que são só uma forma branda de dizer ‘espionar pessoas’. Certo?”, cutuca Jacob. “Você apenas coloca “legal” após qualquer coisa porque quem está fazendo é o Estado. Mas na verdade é a arquitetura do Estado que o permite fazer isso, no fim das contas. É a arquitetura das leis e a arquitetura da tecnologia assim como a arquitetura dos sistemas financeiros”.

O debate segue apoiado nas possíveis perspectivas para o futuro. Para os Criptopunks, as políticas devem se pautar na sociedade e nas mudanças que seguem com ela, não o contrário.

“Temos a impressão, com a batalha dos direitos autorais, de que os legisladores tentam fazer com que toda a sociedade mude para se adaptar ao esquema que é definido por Hollywood. Esta não é a forma de se fazer boas políticas. Uma boa política observa o mundo e se adapta a ele, de modo a corrigir o que é errado e permitir o que é bom”, diz Jeremie.

Mas a busca por novas políticas e uma nova arquitetura tem seu preço. Jacob, detido várias vezes em aeroportos americanos, conta: “Eles disseram que eu sei por que isso ocorre. Depende de quando, eles sempre me dão respostas diferentes. Mas geralmente dão uma resposta, que é a mesma em todas instâncias: ‘porque nós podemos’”.

E provoca: “A censura e vigilância não são problemas de ‘outros lugares’. As pessoas no Ocidente adoram falar sobre como iranianos e chineses e norte-coreanos precisam de anonimato, de liberdade, de todas essas coisas, mas nós não as temos aqui”.


O material foi produzido pelo WikiLeaks em parceria com o canal RT, da Rússia e a publicação e adaptação no Brasil é de responsabilidade da Agência Pública.

O Nota de Rodapé é um dos sites/blogs parceiros da Pública na reprodução dessas entrevistas, 12 no total, que vão ao ar todas às quartas-feiras, às 18h.

Assista a seguir a entrevista em vídeo e com legendas em português ou clique aqui para baixar o texto completo da conversa.

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