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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Única

Passados os 50 anos do golpe militar a coluna 1964+50 segue firme em 2015, mas agora com novo título: VIVOS. Afinal, mortos e desaparecidos estão vivos na nossa memória e na nossa história.


por Fernanda Pompeu   ilustração Fernando Carvall

Inês Etienne Romeu
Nascimento: 1942
Cidade natal: Pouso Alegre - MG
Morte: 27 abril de 2015
Local final: Niterói - RJ

Dizem que morrer dormindo é dádiva. Talvez tenha sido uma espécie de agradecimento a Inês Etienne Romeu, morta no último 27 de abril, aos 72 anos, na graciosa Niterói. Não fosse ela com sua memória e coragem, provavelmente pouco ou nada saberíamos da tristemente hoje famosa Casa da Morte, Petrópolis, Rio de Janeiro. A Casa era um centro clandestino de interrogatórios com torturas. A exceção de Inês, todos os hóspedes de Petrópolis foram “desaparecidos” depois de assassinados.

Ela conseguiu se safar em troca de ser uma delatora. Papel que jamais cumpriu. Acabou condenada à prisão perpétua. Foi solta após a Anistia de 1979. A última presa política a ser libertada e única sobrevivente da Casa da Morte revelou nomes de algumas das vítimas, apelidos dos torturadores e narrou seus métodos de interrogatório. Descanse em paz, Inês Etienne Romeu!

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Fernanda Pompeu é a mulher do texto Fernando Carvall é o homem da arte

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