Talvez uma das razões seja que, mais fácil que se decepcionar, é ter a “caruda” de dizer que a comida está ruim. Ou seja, tem muito chef que se acomoda no seu bom nome, ou no nome do restaurante, ou simplesmente no fato de ter uma casa bonita, uma formação decente e um punhado de pessoas que topem pagar os preços por eles pedidos.
Um chef deveria provar tudo que sai da sua cozinha. Despoje-se da sua timidez ou dos seus receios em criticar, sem, contudo, se imbuir do mal “jornalístico” de se achar acima do bem e do mal e, da próxima vez que provar um prato, reflita sobre se o cara provou aquilo.
Outra, eu tenho a tendência de não confiar muito em cardápios extensos. Sou mais um restaurante que tenha dois, até mesmo UM prato do menu do que um que tenha páginas e páginas de carnes, frango, massa, peixes, camarões... Se um chef se propõe a servir, em seu restaurante, dois pratos, é muito, muito provável que a receita, a execução, a apresentação sejam exímios.
Rodrigo Mendes é jornalista e chef de cozinha sem diploma; alçado ao posto pelos amigos que curtem suas misturebas gastronômicas. Mantém a coluna O melhor lugar da casa neste Nota de Rodapé.
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