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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O futebol e a grande crise

A Copa do Mundo terminou mas a crise no futebol mundial não. Neste mês de julho a Retrato do Brasil (hoje nas bancas em SP e terça-feira no RJ) traz matéria sobre uma paixão popular que vem, ao longo das décadas, se transformando de forma preocupante. Ao esporte não falta dinheiro, mas os clubes de futebol estão cada vez mais endividados e os jogadores brilham por cada vez menos tempo. Ao longo de 10 páginas o repórter Antônio Martins discorre - com muita pesquisa e entrevistas com inúmeras fontes do meio - sobre como a mercantilização mudou o negócio do futebol e forçou os clubes a estabelecerem curiosas relações com os investidores. Num papo com Mauro Holzmann da Traffic, por exemplo, ele diz: “Garantir que o torcedor possa ir ao estádio é papel do Lula – o meu é assegurar a sobrevivência do esporte”. Em linhas gerais, a matéria aborda o esporte se tornando cada vez mais um “entretenimento-espetáculo” onde a paixão e a prática esportiva vão ficando paulatinamente em outros planos que não o principal: o jogo bonito e acessível ao torcedor. Do antigo “passe”, por exemplo, ficou um resquício – a multa -, que se tornou um negócio lucrativo para empresas como a Traffic. Fernando Gonçalves, diretor executivo da empresa, argumenta: “Compare o dirigente de um clube ao dono ou executivo de uma siderúrgica. Ambos precisam de dinheiro para concretizar seus planos. Nossa especialidade é o futebol. Assim como os bancos, mantemos inteligência para avaliar nossos investimentos. Somos culpados por sermos eficientes?”, diz. E por aí o barco anda. Segundo a UEFA, o custo com jogadores é maior que aumento de receitas. A entidade reconhece que a ultramercantilização não é sustentável. Alternativas existem, sim, basta mirar o exemplo de clubes como o alemão Saint Pauli, agora na primeira divisão do campeonato e que, entre outras, repudia em seu estatuto o racismo, o fascismo, a homofobia e o machismo. A reportagem aborda ainda a questão das bilheterias, dos contratos de televisão etc. Saiba mais.

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