Perto de mim, uma garotinha mexe em um tacho cheio de farinha de mandioca e, conforme move as mãos, desenha figuras indígenas e as colore. Tudo isso aconteceu em São Paulo e eu não precisei consumir nenhum tipo de bebida alucinógena.
Desde quarta-feira passada, dia 13, o Sesc Pompeia (zona oeste) apresenta a exposição “O Xingu dos Villas Bôas”, trabalho que relembra os 50 anos da criação do Parque do Xingu e a trajetória do trio de sertanistas (Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Boas).
Índio conta histórias no Sesc (Marcello Dantas/Arquivo Pessoal) |
Quer for ao Sesc vai conhecer um pouco da saga dos indigenistas, da mudança de tratamento ao índio que eles conseguiram implementar no país (a criação do Parque do Xingu é uma delas) e aprenderá um pouco dos costumes das etnias que vivem na região.
O uso inteligente da tecnologia, não como pirotecnia, mas como instrumento para se contar histórias de modo que prenda os visitantes, é uma marca registrada de Marcello Dantas. Marcello usa recursos audiovisuais sem deixar que eles chamem mais atenção do que o conteúdo. É o drible em direção ao gol. O resultado é encantador. Quando se der conta, você estará sentado na beira de um lago escutando histórias de um índio ou voando em um helicóptero pelo parque do Xingu.
A presença de educadores (estudantes universitários) é outro ponto positivo da mostra. Não estão ali para ensinar nada, mas para auxiliar você a mergulhar nesse mundo.
Onde: Sesc Pompéia
Horários: Terça a sábado, das 13h às 18h; domingos e feriados, de 10h às 20h
Até quando: Até dia 7 de setembro
Quanto: É gratuito
Ricardo Viel é jornalista
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