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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

eternamenTITE

Tite: campeão da libertadores pelo Corinthians (AE)
Adenor Leonardo Bacchi, ou simplesmente Tite, entra para um seleto grupo de técnicos que são considerados ídolos de um time. Depois de conquistar um Campeonato Brasileiro e uma Libertadores pelo Corinthians, o gaúcho deixa definitivamente seu nome na história do clube, seguindo os passos do também gaúcho Osvaldo Brandão, multicampeão pelo alvi-negro, com destaque para o título do Quarto Centenário, em 1954, e do Paulista de 1977, encerrando o jejum de conquistas iniciado há exatamente 23 anos.

O primeiro contato do Corinthians com o técnico Tite não foi agradável para a nação alvi-negra. Em 2001, o jovem treinador despontava para o cenário nacional do futebol conquistando a Copa do Brasil pelo Grêmio, em pleno Morumbi, superando tática e tecnicamente o Corinthians, então comandado por Vanderlei Luxemburgo. Começava ali um flerte.

Três anos mais tarde, o gaúcho era anunciado no Parque São Jorge como novo técnico do Corinthians. A missão era das mais difíceis: livrar o time do risco de rebaixamento no Brasileiro. Tite organizou a defesa da equipe e equilibrou o time, que conseguiu uma recuperação fantástica e terminou a competição em quinto, quase classificado para a Libertadores. A torcida já reconhecia a qualidade do trabalho do treinador: “Olê, olê, olê, olê... Tite, Tite!” era o grito que ecoava nas arquibancadas do Pacaembu.

Em 2005, com a chegada da MSI e sua constelação de jogadores, encabeçada por Tévez, Tite foi demitido injustamente após o aventureiro que comandava a “parceira” do Corinthians violar o sagrado território do vestiário para cobrar o técnico depois de um clássico contra o São Paulo. “Um dia eu volto para terminar o que não deixaram”, afirmara Tite na época.

A partir daí ele passou por clubes como Atlético Mineiro, Palmeiras e Internacional, realizando bons trabalhos e conquistando títulos, mas nunca deixou de respeitar o Corinthians, principalmente quando dirigiu o rival alvi-verde, assim como sempre que tem a oportunidade lembra das experiências no Grêmio e das dificuldades no início da carreira em clubes menores do Rio Grande do Sul. A dignidade e o caráter de Tite não permitem que ele apague ou desmereça seu passado.

Em outubro de 2010, depois de uma curta passagem pelo do Al-Wahda, dos Emirados Árabes, o treinador abriu mão de disputar o Mundial de Clubes da Fifa para cumprir a promessa feita em 2005 e completar o trabalho que fora interrompido. Mais uma vez faz boa campanha no Brasileiro e consegue vaga para a Libertadores. No ano seguinte, nem o Fenômeno Ronaldo impediu a humilhante desclassificação na competição sul-americana. Com apoio da direção, Tite pode reconstruir a equipe, talhar os jogadores, dar um padrão de jogo, uma consciência tática ao grupo e, com seriedade, conquistou o pentacampeonato Brasileiro.

A Libertadores de 2012 era o grande objetivo. Com um grupo fortalecido, unido e empenhado, Tite liderou o Corinthians em uma campanha invicta, incontestável e merecida que deu à Fiel o primeiro título da América. Jogos tensos e adversários fortíssimos, como Vasco, Santos e Boca Juniors valorizaram ainda mais o feito inédito. Em um time sem estrela, onde o conjunto é a grande virtude, o técnico conquistou de vez o coração do corinthiano e, com certeza, passou a ter um coração um pouco mais corinthiano. Treinabilidade, intensidade, merecimento, etc. Muitas palavras marcam a trajetória de Tite no Corinthians. Para mim, basta uma: Gratidão.

Thiago Barbieri, jornalista, autor do livro 23 anos em 7 segundos, editora Azul, especial para o NR

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande Tite. Pra mim também, uma só e a mesma palavra: gratidão.

Cida

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