Tite: campeão da libertadores pelo Corinthians (AE) |
O primeiro contato do Corinthians com o técnico Tite não foi agradável para a nação alvi-negra. Em 2001, o jovem treinador despontava para o cenário nacional do futebol conquistando a Copa do Brasil pelo Grêmio, em pleno Morumbi, superando tática e tecnicamente o Corinthians, então comandado por Vanderlei Luxemburgo. Começava ali um flerte.
Três anos mais tarde, o gaúcho era anunciado no Parque São Jorge como novo técnico do Corinthians. A missão era das mais difíceis: livrar o time do risco de rebaixamento no Brasileiro. Tite organizou a defesa da equipe e equilibrou o time, que conseguiu uma recuperação fantástica e terminou a competição em quinto, quase classificado para a Libertadores. A torcida já reconhecia a qualidade do trabalho do treinador: “Olê, olê, olê, olê... Tite, Tite!” era o grito que ecoava nas arquibancadas do Pacaembu.
Em 2005, com a chegada da MSI e sua constelação de jogadores, encabeçada por Tévez, Tite foi demitido injustamente após o aventureiro que comandava a “parceira” do Corinthians violar o sagrado território do vestiário para cobrar o técnico depois de um clássico contra o São Paulo. “Um dia eu volto para terminar o que não deixaram”, afirmara Tite na época.
A partir daí ele passou por clubes como Atlético Mineiro, Palmeiras e Internacional, realizando bons trabalhos e conquistando títulos, mas nunca deixou de respeitar o Corinthians, principalmente quando dirigiu o rival alvi-verde, assim como sempre que tem a oportunidade lembra das experiências no Grêmio e das dificuldades no início da carreira em clubes menores do Rio Grande do Sul. A dignidade e o caráter de Tite não permitem que ele apague ou desmereça seu passado.
Em outubro de 2010, depois de uma curta passagem pelo do Al-Wahda, dos Emirados Árabes, o treinador abriu mão de disputar o Mundial de Clubes da Fifa para cumprir a promessa feita em 2005 e completar o trabalho que fora interrompido. Mais uma vez faz boa campanha no Brasileiro e consegue vaga para a Libertadores. No ano seguinte, nem o Fenômeno Ronaldo impediu a humilhante desclassificação na competição sul-americana. Com apoio da direção, Tite pode reconstruir a equipe, talhar os jogadores, dar um padrão de jogo, uma consciência tática ao grupo e, com seriedade, conquistou o pentacampeonato Brasileiro.
A Libertadores de 2012 era o grande objetivo. Com um grupo fortalecido, unido e empenhado, Tite liderou o Corinthians em uma campanha invicta, incontestável e merecida que deu à Fiel o primeiro título da América. Jogos tensos e adversários fortíssimos, como Vasco, Santos e Boca Juniors valorizaram ainda mais o feito inédito. Em um time sem estrela, onde o conjunto é a grande virtude, o técnico conquistou de vez o coração do corinthiano e, com certeza, passou a ter um coração um pouco mais corinthiano. Treinabilidade, intensidade, merecimento, etc. Muitas palavras marcam a trajetória de Tite no Corinthians. Para mim, basta uma: Gratidão.
Thiago Barbieri, jornalista, autor do livro 23 anos em 7 segundos, editora Azul, especial para o NR
Um comentário:
Grande Tite. Pra mim também, uma só e a mesma palavra: gratidão.
Cida
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