"SE O CLIMA FOSSE UM BANCO, OS PAÍSES RICOS JÁ TERIAM DISPONIBILIZADO A AJUDA PARA SOCORRÊ-LO"
"O CAPITALISMO MATA"
"CONSUMIR MENOS E DISTRIBUIR MAIS"
"O CAPITALISMO FAZ MAL À SAÚDE"
"OS PAÍSES POBRES NÃO PODEM PAGAR PELA IRRESPONSABILIDADE DOS RICOS"
"O PROGESSO PODE SER INFINITO, MAS O PLANETA É FINITO"
A lista é bem maior, mas fico com esses poucos exemplos. De um lado, a ‘imperiosa’ necessidade de manter o lucro a qualquer custo: o custo do desemprego, o custo da exploração do trabalho infantil, o custo da mortalidade infantil, o custo do analfabetismo, o custo da miséria, dos salários aviltantes, da queda na qualidade do ensino e, sobretudo, o custo de destruir o solo, o subsolo, os rios, as matas, os oceanos.
Não é por acaso que a atual crise econômica e financeira do mundo caminha de mãos dadas com a crise ecológica, onde o neoliberalismo viu cair como peças de dominó as suas verdades absolutas do grande deus mercado. O lucro e os dividendos dos acionistas das grandes corporações necessitam, cada vez mais, de aumentar o nível de exploração da mão de obra e de aquisição da matéria prima.
Outra vez a fábula de La Fontaine cai como uma luva: a razão do mais forte é sempre a melhor. Será? Até quando? O que La Fontaine não poderia prever no século 17 é que se a água pura do riacho secasse ou fosse contaminada por quaisquer materiais tóxicos morreriam o lobo e o cordeiro. A moral da fábula contemporânea encerra muito mais tragédia do que a ingênua advertência filosófica do escritor francês. Até porque o planeta mais parecido com a terra e suas condições climáticas que os cientistas acabam de descobrir fica a 40 anos luz de distância.
Izaías Almada é escritor, dramaturgo e colunista do Nota de Rodapé.
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