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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Maria Rita Kehl e o Estadão

Maria Rita Kehl, conhecida e respeitada psicanalista, ainda colunista do Estadão, não se pronunciou a respeito dos boatos - repito, boatos - de que por conta de ótimo artigo publicado no jornal, no último sábado, 2, véspera do primeiro turno, intitulado "Dois pesos..." será demitida do jornal por defender o governo Lula. Posição política que o jornal, declaradamente, não apoia, se posicionando a favor do candidato tucano, José Serra. Outro boato da conta de que Kehl não será demitida, mas "convidada" a não escrever mais sobre política.
A história surgiu num primeiro momento via Twitter. Xico Sá, Nassif e outros deram a informação. Nesta quarta-feira, por exemplo, o assunto ficou em primeiro lugar nos trending topics, espécie de lista de temas mais populares. O artigo, provavelmente, deu realmente algum problema. Digo isso porque a filha de Maria Rita publicou no Facebook a seguinte mensagem:  "DOIS PESOS: Gente, depois deste artigo, o Estadão está pensando se DEMITE a autora. Pra quem defende a permanência dela, nós agradecemos qq manifestação!!! email do Estado: falecom.estado@grupoestado.com.br"
Segundo o site Comunique-se o diretor de Jornalismo do Estadão, Ricardo Gandour, não confirmou a informação, mas disse que a transição de colunistas no jornal é algo comum. “O jornal tem 92 colunistas. Em todo caso, este ano saíram três e entraram outros três, sempre entra e sai, essa transição é normal”, desconversou. Ou seja, o jornal não disse nem se "sim" e nem se "não".
Dependendo do cenário, dá para concluir o seguinte: se o Estadão a proíbe de escrever sobre política, ela deve escrever assim mesmo. Se o Estadão a censurar depois de escrever um artigo ela deve sair do jornal. Se isso acontecer, o Estadão dará um tiro no pé. Afinal, o jornal propaga que está há mais de 1 ano sob censura. Aliás, ela deveria fazer o mesmo que o jornal fez, um especial sobre censura.

Thiago Domenici é jornalista

Um comentário:

Raphael Tsavkko Garcia disse...

Esta não é a primeira vez - e suspeito que não será a última - em que a Folha de São Paulo e o Estadão censuram um blogueiro ou um(a) colunista. E muito menos a primeira ou última vez em que mente descaradamente, manipula e aje como golpista.

Na época em que desfilava o mais grotesco saudosismo da Ditadura Militar e a apelidava de "Ditabranda", a Folha se moveu e censurou o blogueiro e amigo Antonio Arles. Fomos à sua porta protestar contra estes absurdos e deixar clara a posição da blogosfera de que não iremos jamais nos calar frente à censura, à truculência e ao poder do dinheiro.

Mas a onda de censuras não parou. Não só a Folha, mas o Uol resolveu agir e censurar o Bodega Cultural, o Beto Richa censurou um tuiteiro, sobrevivemos ao AI5Digital, e agora a jornalista Maria Rita Kehl está (supostamente) ameaçada de demissão pelo Estadão por publicar um texto simplesmente justo sobre o governo do PT e o papel da mídia.

Read more: http://tsavkko.blogspot.com/#ixzz11eKjF5XL

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