Calamarata, fetuccine, Rigatoni, Farfalle, Cavatelli, Capunti, Penne rigate, Canneloni, Bucatini, Scialatielli, Pipe rigate e Paccheri. |
Também gosto muito de cozinhar, não só de comer. Comecei aos treze anos, por necessidade. Logo percebi que fazer comida também era muito bom, tanto quanto degustá-la. E é bom não só pelo resultado, mas pelo processo.
Pensar em algo que quero fazer, comprar os ingredientes, preparar, cortar, limpar, separar, ir pro fogão, e dali a pouco ter uma comida pronta é uma delícia.
É bem verdade que não cozinho todo dia, então, como tudo que a gente não faz todo dia, tem o seu encanto.
Gosto muito de ir pra cozinha aos domingos, por exemplo, sozinha (não faço nenhuma questão de ter ajuda), por uma música pra tocar e começar o processo de manusear os ingredientes.
Se eu estiver meio mal humorada, triste, chateada, preparar uma comida me relaxa. Não que opere a mágica de devolver o bom humor, mas que dilui o nó, dilui mesmo.
Enquanto corto legumes, pico cebola e alho, a cabeça vai funcionando em rotação mais baixa, repassando o que me incomoda e limando as asperezas do momento.
E tem aqueles alimentos que, definitivamente, não são para o corpo. São para a mente, ou a alma, se preferir. Você já reparou como café com leite cura quase tudo?
Principalmente neurônios embaralhados, todas as benditas manhãs da minha vida. Se tiver também um pão com ovo frito, então, a inteligência fica tinindo.
Aquele mexido, sempre delicioso, que a gente faz à noite com as sobras do almoço, não é comida, é um abraço. E sopa de frango com macarrão (sempre ele) é um cobertor de uso interno, dá uma paz incrível.
Pra mim, não existe combinação de sabores mais perfeita do que azeite de oliva, alho, tomate e manjericão. A gente pensa que é comida, mas é arte, que não vai se desfazer no estômago. Vai direto pra cabeça, abrindo nossos olhos para a beleza.
E se o frio for de rachar e não tiver nada disso por perto, uma dose de conhaque vai trazer de volta o conforto de casa, nem que seja só por alguns minutos. Vai por mim.
Júnia Puglia, cronista, mantém a coluna semanal De um tudo no NR.
17 comentários:
Tal como cozinhar aos domingos curtindo uma bela música, será um presente pra alma começar o dia na sexta tomando um café gostoso, comendo pão com ovo, ouvindo uma bela música e lendo "de um tudo". Parabéns Junia! Beijos, Ana Carol
Madame Puglia,
redescobri o prazer de cozinhar eventualmente e é uma delícia! Meu pimpolho e eu já fazíamos bolos aos finais de semana. Recentemente, descobrimos o prazer de preparar biscoitos integrais - uma verdadeira parada no ritmo doido da vida. Agora concordo com você, alho, azeite de oliva, manjerição e tomate são muito saborosos. Gostei muito do texto de hoje. Falar das coisas simples é uma forma de reconectar com a nossa essência. Até a próxima semana!
Show!
Delícia!!!!!!!!!!!!!!!!!
Me lembrei da minha avó, à noitinha, abrindo a massa na mesa para secar e, na manhã seguinte, cortar na forma preferida. Acolhedor, Dona Junia! Um brinde gelado que o calor ainda racha!!!
Delícia!!!!!!!![2]
Beijo! =)
Pô, me convida para um domingo desses! Adorei e me identifique DEMAIS com essa terapia culinária. É assim mesmo que faço, a cada etapa para o preparo do prato escolhido é uma fase de limpeza de asperezas do momento. Super duper! Bjs.
Junia, o perfil de Montanhas, mares e culturas é meu: Marina Ribeiro. Essa foi uma tentativa frustrada de fazer um blog a respeito das minhas viagens. Frustrada por conta de nunca reservar um tempo para isso. Risos. Beijos.
Júnia,
Comida é bálsamo sólido para ser mastigado aos poucos. Fazer a comida é o mesmo que inventar universos. Adorei o texto e, como, você, adoro cozinhar e me deliciar em seguida. Tomate, manjericão, alho e azeite são matéria prima para muitos universos.
Márcia Ester
Júnia,
Mais uma vez, parabéns pelo excelente texto... Também adoro uma cozinha e aqui em Itapema onde estou com toda a família, e agora o cheirinho de pão saindo do forno está em todo o lugar...
Está servida? beijos pra ti querida e pra Dna, Dirce minha preciosa amiga! saudades!
Cozinhar é divino, Tudo isso que Sra. Puglia falou e mais um pouco.É como ela disse: às vezes cozinhamos para alimentar a alma, apenas...
Gostava - não faço mais isso - de bebericar enquanto cozinhava. Acompanhei o preparo do macarrão domingueiro com uns cálices de gim fizz... mexe o molho e entorna um gim... espera á agua fervere entorna um ginzinho... e por aí foi. Resumo: todos foram à mesa degustar meu proverbial macarrão domingueiro e eu... babei no sofá com a boca cheia de moscas. Entenderam por quê não faço mais isso?
Eu nunca me aventurei muito na cozinha, até porque tenho o privilégio de ter uma mulher que cozinha divinamente. Mas confesso que sempre desejei aprender alguma coisa básica. Vai daí, numa certa altura recebemos aqui nos Alpes a visita de uma das minhas irmãs, que nos preparou um tagliatelle al gorgonzola que nos encantou supremamente - e me animou a tentar reproduzir a receita. Depois de muitos anos tentando, acho que meu tagliatelle hoje quase chega lá - e a preparação, como diz você, é uma parte importante do processo todo. Portanto, Júnia, obrigado tanto pelo artigo como pela inspiração!
esse macarrão maravilhoso tem sido meu privilégio,há anos, aos domingos. Aquele molho de manjericão é simplesmente divino. Aquece o estômago e refrigera a alma.Vamos lá,às coisas simples e gostosas da vida. Bjs da Mummy Dircim
Hermeticamente, Lampião Cabra da Peste (devidamente divididos os méritos) - inesquecível.
Lu
Minha rainha, seu texto é tão delicioso quanto o seu macarrão - que eu já tive a honra de provar. Parabéns pelas notinhas de rodapé que nos animam a cada semana. Beijocas, Claudia Valenzuela
E o pão de queijo? E aquela porcaria que a gente gosta? E a feijoada que a gente come até passar mal? Conta mais, vai...
Felizes de nós, fundas, por você gostar de cozinhar.
Super beijo!
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