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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

terça-feira, 1 de março de 2011

Lobão: “Acho esse sistema [o jabá] uma merda”

Nesta entrevista exclusiva que o cantor e compositor Lobão deu ao Nota de Rodapé um fato chama a atenção. Ele não faz média. Não precisa, aliás. Curto e grosso, respondeu por e-mail as perguntas enviadas pelos leitores e colaboradores do NR; Natalia, Thiago, Diogo, Vagner, Eduardo, Alexandre, Daniel e Marco Antonio. Abaixo, o resultado.

Recentemente, você disse que o País vive um momento muito ridículo, uma 'lucianohuckzação' do Brasil". O que você quer dizer com isso e que exemplos daria?
Ora, a pior coisa do mundo é explicar piada, né?

"Se você ouve [música] na rádio
é porque tem jabá"
Levando em conta que a música não é um bem material, e que portanto pode ser compartilhada sem que seu criador deixe de tê-la (diferentemente de uma mercadoria física), o direito autoral não limita o acesso a cultura?
O direito autoral é fundamental para o compositor e ponto final.

Suas músicas já foram tocadas como jabá? O que acha dessa sistema utilizado pelas gravadoras?
Sim, claro que foram tocadas com jaba! se você houve no rádio é porque tem jaba! a única exceção foi "me chama" que foi execução espontanea. Acho esse sistema uma merda, basta você olhar o estado que se encontra a indústria. Completamente refém das rádios.

Como você analisa o atual momento do rock brasileiro? Acho que as atuais gerações criam muito pouco, para não falar nada. E as bandas mais antigas também já não apresentam um repertório tão rico. O que acontece? Até quando os fãs terão de relembrar sucessos dos anos 80 e 90 para curtir o bom do rock nacional?
Estamos numa fase esplendorosa de novas bandas e novos artistas excelentes. Cabe as radios tocá-los.

Lobão, sou muito fã do Raul Seixas, eu cheguei a escutar alguns comentários seus, que quando você estava preso, Raul te ligou. Gostaria de saber qual foi sua relação com o Raulzito, e o que ele representa para o Rock e a Música feita no Brasil?
Falamos muito pouco.Tivemos muito pouco contato pessoal.

Como se deu a escolha do nome do jornalista Claudio Tognolli para escrever a sua biografia? Você gostou do resultado final? Como se deu a elaboração do livro?
Antes de mais nada, trata-se de uma autobiografia.Quem escreveu o livro fui eu. Meu querido Tognolli fez o inestimável serviço de investigação e depoimentos (Lobão na mídia).

Vi a notícia de que terá um filme com base em sua biografia. Quem você não gostaria de jeito nenhum que te representasse no filme?
Sei lá! Nunca pensaria dessa maneira.Vou usar o meu tempo tentando encontrar a pessoa certa.É mais inteligente.

Muitas pessoas mudaram de opinião em relação a você, mesmo antes do lançamento do livro. O que você acha que causou isso?
A verdade dos fatos.


Segundo o dramaturgo americano Edward Albee, a arte, em sua melhor forma, é um ato de agressão contra o status quo. Ou seja, a arte serve para levantar questões difíceis. Sua música ainda é um ato de agressão contra tudo que está aí ou já passou dessa fase?
Estou cada vez melhor. Isso é a única coisa que sinto poderosamente.

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O projeto da caixa 81/91, saiu da maneira que você queria? Vi alguns fãs questionando que apesar do belíssimo trabalho do Roy Cicala, devia ter saído algo mais elaborado com histórias faixa a faixa, quem sabe outras variedades, como algumas cifras.
Saiu sim. Ficou um produto extremamente bem tratado. Fui eu quem dirigiu todo o projeto. Estou satisfeitíssimo e extremamente orgulhoso da caixa.

Lobão, sua admiração e respeito por essa entidade chamada Exu Caveira não o conduziu (mesmo que de forma inconsciente) ao uso das drogas como uma forma cármica de expiação?
Adorei a ideia! Nunca me passou isso pela cabeça.

7 comentários:

Anônimo disse...

O que foi essa última pergunta?

Anônimo disse...

A da última pergunta é o seguinte:

Segundo a Umbanda, Exu Caveira é uma das entidades responsáveis pela administração do vício como objeto de pena cármica.
Ou seja, O vício é usado como ferramenta de trabalho por Exu no dever de fazer cumprir o Karma, ou como provação.

Leia a autobiografia e saberá do encontro entre Lobão com o Exu Caveira. Ou faça o download
do programa " A volta dos deuses embusteiros" no site do programa Café Filosófico.

Anônimo disse...

Anônimo,
eu li o livro e, apesar de não ver o programa "A volta dos deuses embusteiros", conheço algo de umbanda pra achar improcedente essa ligação.

Thiago Domenici disse...

Alô, Marcosa e Anonimo,
a pergunta foi enviada por um leitor. Confesso que pensei durante a edição em não enviá-la, mas nossa colunista Fabiana achou a pergunta interessante, parece que o Lobão também. Talvez valesse, na própria pergunta, explicar mais a ideia, coisa que não fizemos. De todo jeito, a história está mesmo no livro. E vale mais como curiosidade do que como informação, afinal, não é uma entrevista jornalística propriamente dita! Abraços e obrigado aos dois pela participação no NR.

Fabiana Cardoso | Canción Comunicação disse...

Olá pessoal.
Para quem leu o livro, essa passagem realmente causa uma grande curiosidade ou inquietação.

Claro, tem muitas outras passagens marcantes como a briga com pai, a morte da mãe, a prisão.

Enfim, achei a questão válida, porque realmente é um episódio marcante e pessoalmente me deixou bem curiosa sobre o que - de fato - aconteceu naquele dia com ele.

Abraços,

Anônimo disse...

Faz muito tempo que não ouço uma música do Lobão, bota tempo nisto!
Mas em compensação o que o cabra dá de entrevistas é de fazer inveja a qualquer astro global.
Fala, fala,fala...
E ainda "escreveu" um autobiografia!
E precisava? Beto

Anônimo disse...

Ele não tespondeu a respeito da ligação do Raul pra ele na prisão!
Não falou nada sobre o que pensa do Raul...

...?

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