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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

domingo, 8 de julho de 2012

Teatro: mulheres vermelhas

SUGESTÃO DE IZAÍAS ALMADA
PARA OS LEITORES DO NR

Gostaria de indicar aos leitores de NR uma peça teatral a que tive oportunidade de assistir quando fui lançar o meu novo romance "Sucursal do Inferno" na cidade de Ribeirão Preto. Saí bastante emocionado do espetáculo que apresenta - com bastante sensibilidade - um tema trágico. Não é nada fácil falar e representar a tortura num palco de teatro, por exemplo, mas o grupo "Ribeirão em Cena" o faz com bastante dignidade, sem apelos ao melodrama ou à violência desnecessária.

Regressando ao mito da tragédia grega de Antígona, as histórias de Olga Benário, Zuzu Angel, entre dezenas de outras, falam da vida privada de mulheres “subversivas” que foram torturadas ou perderam a vida durante o confronto contra regimes ditatoriais, entre 1928 e 1979, e são mostradas dramaticamente na peça “Mulheres Vermelhas”, que chega a São Paulo para curta temporada no Teatro Studio 184, da praça Roosevelt, nesse mês de julho.

O espetáculo teve sua estreia oficial no Festival Internacional de Teatro de Curitiba deste ano e é realizado com incentivos fiscais através do PROAC- da Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo.

Após a referência ao drama de Antígona, a encenação começa em 1928 na Alemanha, passa pelo golpe de 64 e chega a 1979 quando foi instituída a Anistia no país.

São setenta minutos onde 25 atores, músicos e dançarinos profissionais, com música ao vivo, mostram as historias de Olga Benário Prestes, Lilian Celiberti, Lídia Guerlenda, Maria do Socorro Diógenes, Damaris Lucena, Rose Nogueira, Dulce Maia, Dinalva Oliveira Teixeira, Renata Guerra de Andrade, Vera Silvia Magalhães, Maria Auxiliadora Lara Barcelos, Anadyr Nacinovic, Gilse Cocenza, Cecília Coimbra,Yara Spadini, Sonia Lafoz, Lucia Murat , Zuzu Angel, Áurea Moretti, Maria Aparecida dos Santos e Madre Maurina Borges, entre outras.

"A temática", segundo o diretor do espetáculo Gilson Filho, "não faz proselitismo político e está sintonizada com a necessidade de defesa dos direitos humanos, o mesmo que inspira a “Comissão da Verdade e Reconciliação”.

Mesmo sem intenção, garante o diretor, “será difícil as pessoas não saírem emocionadas ao final do espetáculo, especialmente os que passaram pelos mesmos problemas e voltam ao clima da época ao som de Chico Buarque, Milton Nascimento e João Bosco, por exemplo”.


SERVIÇO
Onde: Teatro Studio 184, Praça Roosevelt 184 SP
Quando: de 12 a 15 de julho às 21 hs.
Quanto: R$ 10
Informações e Reservas: (11) 3259-6940.

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