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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

As duas mortes

Passados os 50 anos do golpe militar a coluna 1964+50 segue firme em 2015, mas agora com novo título: VIVOS. Afinal, mortos e desaparecidos estão vivos na nossa memória e na nossa história.


por Fernanda Pompeu    ilustração Fernando Carvall*

Antonio Benetazzo
Nascimento: 1 de novembro de 1941
Cidade natal: Verona - Itália
Morte: 30 de outubro de 1972
Local final: São Paulo - SP
Motivo da morte: assassinato

Antonio Benetazzo, o Benê, saiu dos quadros das artes plásticas para os quadros da resistência armada contra a ditadura militar. Tornou-se dirigente do Molipo - Movimento de Libertação Popular. Preso pela turma do Doi-Codi - SP imediatamente entrou na lista dos mortos programados.

Encapuzado, Benê levou um golpe na cabeça. Caído no chão, passaram com a roda de um Fusca em cima do seu crânio. Serviço feito! Vamos tomar umas Brahmas. Depois a gente leva o corpo para o Brás e faz o teatrinho do atropelamento.

Mas, às vezes, as coisas saem errado. Benê acordou vivinho da silva! Atordoado e com dor perguntou aos algozes: O que aconteceu? O que vocês estão fazendo comigo? O jeito de resolver foi definitivo: a pedradas esmagaram a cachola do pintor e militante.

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Fernanda Pompeu é a mulher do texto Fernando Carvall é o homem da arte

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