Escrevo aqui sobre um dos livros mais estarrecedores que já li na vida. "Muito longe de casa. Memórias de um menino-soldado", editora Ediouro. Ishmael Beah, de Serra Leoa, autor do livro, é um ano mais velho que eu, de 1980. Quando perdeu sua família assassinada por rebeldes, tinha 13 anos de idade. Na mesma época eu estava feliz com a Copa do Mundo de 1994. Nem tinha idéia do que se passava no mundo. Mas se passava muita coisa. O que Ishmael conta no livro é tão triste, cruel, sem sentido, que a medida que as páginas corriam eu levantava pra lavar o rosto. A leitura dói. Não vou citar trechos, porque sugiro que leiam e tirem suas próprias conclusões. Da orelha, um panorama bem sutil do que são as memórias de Beah: "Das cerca de trezentas mil crianças-soldado que atualmente participam de conflitos pelo mundo inteiro, uma delas conseguiu escapar da morte, dos entorpecentes, da lavagem cerebral e dos abusos cometidos pelos senhores da guerra, para contar sua história. Ao escapar, por acaso, aos doze anos, de um ataque de rebeldes, Ishmael Beah perambulou pelo inteiror de Serra Leoa, acompanhando a progressão dos conflitos da guerra civil de seu país. Fã de hip-hop e de boa literatura, conhecido por recitar Shakespeare em sua aldeia natal, Beah é aliciado pelo exército do governo, e, além de vítima, torna-se algoz. Jogado na roda-viva da guerra, passa parte da infância e da adolescência matando sob o comando de adultos e fugindo da morte. Mesmo depois de reabilitado pelo Unicef, seguiu fugindo da matança e de seus muitos fantasmas - traumas profundos que leva para sua escrita. Aos vinte e cinco anos, Beah relata, aqui, uma experiência mais rica do que qualquer ficção jamais conseguiria recriar. E o faz com verdadeira força literária."
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Memórias de um menino-soldado
Escrevo aqui sobre um dos livros mais estarrecedores que já li na vida. "Muito longe de casa. Memórias de um menino-soldado", editora Ediouro. Ishmael Beah, de Serra Leoa, autor do livro, é um ano mais velho que eu, de 1980. Quando perdeu sua família assassinada por rebeldes, tinha 13 anos de idade. Na mesma época eu estava feliz com a Copa do Mundo de 1994. Nem tinha idéia do que se passava no mundo. Mas se passava muita coisa. O que Ishmael conta no livro é tão triste, cruel, sem sentido, que a medida que as páginas corriam eu levantava pra lavar o rosto. A leitura dói. Não vou citar trechos, porque sugiro que leiam e tirem suas próprias conclusões. Da orelha, um panorama bem sutil do que são as memórias de Beah: "Das cerca de trezentas mil crianças-soldado que atualmente participam de conflitos pelo mundo inteiro, uma delas conseguiu escapar da morte, dos entorpecentes, da lavagem cerebral e dos abusos cometidos pelos senhores da guerra, para contar sua história. Ao escapar, por acaso, aos doze anos, de um ataque de rebeldes, Ishmael Beah perambulou pelo inteiror de Serra Leoa, acompanhando a progressão dos conflitos da guerra civil de seu país. Fã de hip-hop e de boa literatura, conhecido por recitar Shakespeare em sua aldeia natal, Beah é aliciado pelo exército do governo, e, além de vítima, torna-se algoz. Jogado na roda-viva da guerra, passa parte da infância e da adolescência matando sob o comando de adultos e fugindo da morte. Mesmo depois de reabilitado pelo Unicef, seguiu fugindo da matança e de seus muitos fantasmas - traumas profundos que leva para sua escrita. Aos vinte e cinco anos, Beah relata, aqui, uma experiência mais rica do que qualquer ficção jamais conseguiria recriar. E o faz com verdadeira força literária."
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5 comentários:
valeu a dica cara, já anotei, é que eu tenho tantos livros para ler, que tá complicado o tempo..Mas quando tiver um tempo e dinheiro vou buscar esse livro.
você já leu o livro ou a respeito dele, que eu lhe indiquei no caso, o coronel tem um segredo: paulo weight não está em cuba. de Delora Jan Wright, editora Vozes. é muito bom.
eu queria te pedir para quando você tiver um tempo, da uma passada no meu novo blog vê se tá e comenta lá...se possível,ok...e Obrigado..
Alô, David
quando realmente puder, leia. É um livro muito importante. Com uma história muito importante. Todos deveriam ler, penso eu. Não li sua indicação, mas já tinha anotado. Como você estou com alguns na fila. A leitura é libertadora, não acha? Vou visitar seu blog, podexá.
Abraço, obrigado, Thiago
opa...obrigado pela visita, e é verdade é libertadora e digamos renovadora também.
ei Thiago, já que recentemente eu respondi sua enquete a respeito do nome Jovelina (que por sinal, você ainda não revelou o porquê da pergunta) me responde uma enquete que eu estou fazendo, o que você pergunta com mais freqüência:
por que ? ou
que diferença isso faz ?
Alô, David
vou dizer em breve o porquê da pergunta. só tô esperando concretizar pra falar com total certeza. Eu uso mais o "por que?." Mas que "diferença isso faz?" hehehe, abraço, thiago
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