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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

segunda-feira, 9 de março de 2009

O domingo das mulheres

No sábado 300 pessoas estiveram em frente ao prédio da Folha de S. Paulo para protestar contra o editorial da "ditabranda". No dia seguinte, a FSP do seu jeito arrogante pediu desculpas. Sob o título "Folha avalia que errou, mas reitera criticas", o diretor de redação, Otavio Frias Filho escreveu: "O uso da expressão 'ditabranda' em editorial de 17 de fevereiro passado foi um erro. O termo tem uma conotação leviana que não se presta à gravidade do assunto. Todas as ditaduras são igualmente abomináveis." Ainda assim, deixou seu desgosto registrado ao final do texto: "Para se arvorar em tutores do comportamento democrático alheio, falta a esses democratas (aqui ele se refere aos professores Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato) de fachada mostrar que repudiam, com o mesmo furor inquisitorial, os métodos das ditaduras de esquerda com as quais simpatizam." De todo forma, a desculpa do jornal é um sinal de que a mobilização pela internet, através de e-mails, sites independentes e do movimento dos sem-mídia fez seu efeito. Chamou a atenção e a forma de protesto foi justa, pacífica e só dá margem para que o brasileiro se preste a se indigar, exigir e protestar quando tiver motivo. Isso faz parte da cidadania. Cidadania, aliás, vista também na av. Paulista, na manisfestaçnao do Dia Internacional da Mulher. Muita gente vestindo lilás (cor do movimento feminista) marchou sob o tema: “Nós não vamos pagar por essa crise.” Outro ponto marcante foi a manifestação pela legalização do aborto, calcada nas falacias bobocas do bispo excomungador de médicos (não dá pra falar palavrão aqui, afinal é um religioso). Um amigo disse que ao final do protesto, mulheres subiram no Monumento às Bandeiras, em frente ao Parque do Ibiraquera, carregando uma faixa que dizia “Não à criminalização das mulheres. Legalização do aborto já!” As mulheres são demais!

rodapé cultural: o filme Frost/Nixon é bom. Quem gosta de história e de jornalismo vai curtir. O ator que faz o ex-presidente estadunidense Nixon, o mesmo do caso Watergate, arrebentou na interpretação. Para quem entende inglês (não é o meu caso, como gostaria que alguém traduzisse) a entrevista verdadeira, de 1977, está aqui nesse link.

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