Nestas terras, a cabeça do deus Elegguá leva a morte na nuca e a vida na cara. Cada promessa é uma ameaça; cada perda, um encontro. Dos medos nascem as coragens; e das dúvidas, as certezas. Os sonhos anunciam outra realidade possível, e os delírios, outra razão.
Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos. A identidade não é um peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia.
Nessa fé, fugitiva, eu creio. Para mim, é a única fé digna de confiança, porque é parecida com o bicho humano, fodido mas sagrado, é à louca aventura de viver no mundo.
Eduardo Galeano, O Livro dos Abraços, pg. 123, L&M
Registro histórico 1: Há 45 anos, no primeiro de abril, acontecia o Golpe Militar.
Registro histórico 2: Hoje soube que Gabo parou de escrever, aposentou-se. Deixou um legado de mais de 40 livros.
Pra reflexão, de Darcy Ribeiro: “Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado pelas causas que comovem. Elas são muitas, demais: A salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade, somei mais fracassos do que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que venceram nessas batalhas”.
Vejam Che, O Argentino. De arrepiar. Benecio del Toro está incrível na atuação e na semelhança. No último mês ótimos filmes vieram pra telona, indiquei alguns por aqui. Pena o ingresso ser tão caro e o brasileiro ter restrito seu acesso, obviamente, por falta de condições financeiras. Aí reclamam quando o estudante (ou o falso) forja a carteira da meia entrada.
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