.

.
30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sábado, 28 de março de 2009

Socializar a miséria

Vou colocar aqui algumas aspas das entrevistas que fiz com alguns professores temporários e que não entraram na matéria para a edição de abril da Revista do Brasil. Relembro, isso dá um dos vários lados do problema do ensino público no Estado, a maior rede do país.

"O principal problema para o professorado é a questão salarial e salas superlotadas. Eu tenho salas de manhã que têm mais de 40 alunos. E sei de colegas na periferia com salas de 50 alunos."

"A minha filha teve que estudar um ano na escola pública. Pra mim foi desesperador. Porque eu conhecia a escola e sabia que a coisa não funcionava bem. Depois ela foi, quando deu, para um colégio particular."
Maria Cristina, Campinas, temporária há mais de 10 anos

"A atribuição de aulas é briga de tapa mesmo. É socializar a miséria. Sobra migalha e aí tem que repartir."

Não é só a parte pedagógica que está complicada. A questão é social. A escola reflete o que está acontecendo aí fora. Falta de perspectiva."
Pedro (nome fictício), 47, temporário há mais de 20 anos no interior de São Paulo

Um comentário:

Carlos Osés disse...

Tanto professores como alunos hoje, são heróis por sobreviverem ao "ensino público" no país (sem generalizar). Professores, que sofrem agressões de alunos (eu diria vândalos), além do pouco apoio do Estado, mas não desistem nunca, e os próprios alunos pelo descaso no que diz respeito a infra-estrutura, didática (e sim, são vítimas também de profissionais mal preparados).

Postar um comentário

Ofensas e a falta de identificação do leitor serão excluídos.

Web Analytics