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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Por que temos que vibrar com os gols dos “hermanos”?

Em 2006, uma rádio gaúcha provocou reações diversas nos apaixonados pelo futebol após a primeira partida da final da Copa Libertadores daquele ano, disputada entre o Internacional (RS) e o São Paulo. Poucas horas depois do confronto realizado no estádio do Morumbi, vencido por 2x1 pelos colorados, narrações de gols transmitidas por rádios gaúchas ganharam rapidamente a internet. A mais popular fez uso de termos fortes, como "o Inter rasga a camisa do São Paulo e pisa sobre ela", e "o Inter humilha e destroça o campeão do mundo". O tom de torcedor adotado pelo narrador irritou os sãopaulinos, mas fez a festa de torcedores do Inter e, claro, dos rivais do tricolor paulista. O segundo jogo, em Porto Alegre, terminou 2x2 e o Inter conquistou sua primeira Libertadores da história.
Aquele tipo de narração provocativa é comum no Sul do país e algumas rádios de outras regiões compraram a ideia. Hoje, é comum você ouvir algumas rádios com transmissões tendenciosas, onde a equipe declara seu amor por um clube. Apesar de ainda sofrerem resistências, os narradores-torcedores têm seu mérito. Afinal de contas, nada mais chato do que você ver seu time sofrendo um gol e ter que aguentar o cara se esgoelando para narrar o lance. E o oposto também é verdadeiro, ou seja, presenciar um gol na arquibancada, sentir um estádio inteiro explodindo de alegria e ainda ouvir aquele grito maravilhoso de GOOOOOOOLLLLL!!! é uma emoção incomparável. Talvez a prática não seja bem recebida em jogos regionais, mas quando adversários de estados ou países diferentes se enfrentam, acho que é válido.
Este ano, mais uma vez na Libertadores, tivemos uma narração apaixonada, num duelo entre paraguaios e brasileiros. Na vitória do Corinthians sobre o Cerro Porteño, por 1x0, em Assunção, o gol de Ronaldo provocou “ganas de llorar” no estádio. Eu achei aquele lance muito curioso e voltei a refletir sobre o assunto. A coluna escrita-falada desta semana coloca o tema em discussão. Escute o resto da matéria e deixe sua opinião!








Thiago Barbieri é jornalista; autor do livro sobre o Corinthians "23 anos em 7 segundos", editor do jornal Primeira Hora da Rádio Bandeirandes e colunista do Nota de Rodapé.

Um comentário:

David JC disse...

Eu acho válido, desde que seja regional. Mesmo que em jogos de times do mesmo estado, como acontece aqui no NE, por exemplo no Ceará, onde Gomes Farias (declaradamente torcedor do Ceará) narra apenas jogos do Ceará e classicos.

Mas o que não é legal, é quando a transmissão é nacional, aí fica um tanto ridículo, por exemplo, seu Luciano do Valle comemorando gol do Corinthiansi ou defesa de penalti (como foi no jogo contra o Goiás em 2007) ou Cleber Machado Narrar um gol do Sport, como se fosse um gol da Argentina, como ele fez na final da copa de Brasil de 2008.

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