Resultado é que a grande maioria dos candidatos, exceto os que já estavam definidos há tempos, como o PSOL, entraram no período de campanha sem plataforma política nem estratégia de campanha. Pudera, nem tinha como definir essas coisas sem saber com quem se estaria fazendo campanha.
Sem adesivo, por favor!
As rusgas na coligação de Joaquim Roriz foram ficando evidentes à medida em que foram acontecendo as pouquíssimas atividades na rua. Na carreata de abertura da campanha, partidários do senador Adelmir Santana (DEM), que busca vaga de deputado federal, se recusaram a adesivar seus carros com o nome de Roriz. Poucos dias depois, o deputado federal Alberto Fraga, candidato ao Senado, foi vaiado quando discursava em um carro de som. Fraga atribuiu a vaia ao “fogo amigo”, e disse que havia pessoas “invejosas”, por ser do último partido a entrar na coligação e conseguir a candidatura ao senado.
Agnelo Queiroz (PT) não ficou atrás. A aliança histórica do seu partido com o PMDB colocou um ex-militante do PCdoB na cabeça de chapa e o antigo braço direito de Roriz, o empresário Tadeu Filippelli, na vice. E mais, o PMDB do DF tem uma série de deputados acusados de envolvimento no escândalo da Caixa de Pandora, que derrubou José Roberto Arruda do governo estadual.
O constrangimento é visível quando, por exemplo, Agnelo sobe para discursar em carro de som ao lado de três “pandoristas” que foram, durante o governo de Arruda, duramente atacados pela bancada petista na Câmara do DF.
Fato é que os dois lados estão cheios de contradições nestas eleições, e a forma como cada um irá lidar com elas ainda deve gerar uma série de fatos engraçados, curiosos, emblemáticos da forma como se faz política hoje. E agora, resta esperar as propostas de governo para saber qual a diferença dos lados.
Rodrigo Mendes de Almeida é jornalista e escreve a coluna Estação Brasília
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