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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Tem um palhaço puxando o circo

Tiririca, o palhaço puxador de votos
A candidatura do cantor e comediante Tiririca, o Francisco Everardo Oliveira Silva, pode ser um voto de protesto para muita gente, ou mesmo uma satira ao sistema político, como comentou o Thiago Domenici nesse post. Mas o que sinto é que o palhaço é menos abestado do que parece, ou mais fantoche do que imagina.
A candidatura de Tiririca é o lançamento emblemático do puxador de votos nestas eleições. Seu partido, o PR (Partido da República, resultado do PL com o PRONA), usa a tática de que é melhor entrar pela porta dos fundos da Câmara do que não entrar. Explico: no Brasil, as eleições são proporcionais, o que quer dizer que os votos dos deputados são somados por partido – até que alcancem a cota miníma – e, depois, os mais votados de cada partido dividem essas cotas conquistadas e são eleitos.
Para se ter uma idea, em São Paulo cerca de 440 mil votos somados de um partido são suficientes para eleger um deputado (o falecido Clodovil conseguiu sozinho fazer com que 493 mil eleitores votassem nele e, portando, se elegeu e ainda deu mais de 40 mil votos para seu partido, o PTC – os números são aproximados).
No caso do Tiririca, o que o partido espera dele não é um voto de protesto, por lá as coisas são mais simples. O que esperam é que o palhaço puxe o circo, ajudando a eleger outros deputados da legenda, como o Valdemar Costa Neto, que renunciou em 2005 para não ser cassado no caso mensalão e conseguiu se reeleger em 2006.
Antes de votar no “pior que tá não fica”, vale o cuidado para não eleger por tabela o circo inteiro, e não só o inocente palhaço.

Diogo Ruic é jornalista e editor assistente do NR

Um comentário:

Julia disse...

Dificil é explicar isso para a pláteia que acha graça no palhaço(ou no fantoche), né?

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