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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Nossa mídia é menos global

“A nossa mídia é menos global a cada dia”, dispara Ethan Zuckerman, blogueiro e tecnólogo norte-americano. Ela faz parte do grupo Global Voices, uma rede internacional de blogueiros que traduzem, reportam e defendem blogs e mídia cidadã de todo o mundo. Na palestra que deu ao TED (no vídeo de 19 minutos abaixo e com legendas em português) ela trata de questões importantes tais como o ativismo pelo Twitter, a visão distorcida que temos do mundo e a importância de reconectarmos os sistemas que temos a nossa disposição.
Na verdade, Zuckerman quer ajudar a compartilhar as histórias escondidas. Dar acesso às informações de lugares que não são parte da cobertura da mídia tradicional.
Para tanto, cita exemplos e estratégias inteligentes para ler notícias em línguas que você não conhece. Dá o exemplo Chinês do grupo Yeeyan, em que 150 mil voluntários traduzem diariamente mais de 100 artigos com conteúdo interessante do inglês para o chinês e disponibilizam tudo de graça.
Ethan pergunta. “Onde está o Yeeyan da língua inglesa?”. Eu pergunto. E o da portuguesa? Aliás, quando abre a sua palestra cita o exemplo do “Cala a boca Galvão” que ficou dias e dias, durante a última Copa do Mundo, no Trend Topics do Twitter (espécie de ranking dos assuntos mais falados no microblog). À época, o hashtag #calabocagalvão foi retuitado por milhares de pessoas fora do país. Surgiram inúmeras versões do fato. Foi notícia do El País espalhol. Um vídeo no Youtube, por exemplo, dizia que “Cala Boca Galvão” era uma campanha para salvar os pássaros “Galvão”. Outro dizia que o termo era o nome da nova música de trabalho da cantora Lady Gaga e um vídeoclipe com uma canção da americana foi postado no YouTube e teve 50 mil acessos em pouco tempo. Outro – com 200 mil acessos – afirmava que um suposto Instituto Galvão arrecadaria 0,10 centavos de real a cada tweet com a frase “Cala boca Galvão”. Isso tudo, explica ele, foi uma forma de ativismo que adquiriu proporções que, se utilizadas para outros fins, pode ajudar de maneira mais objetiva a jogar luz sobre fatos, pessoas e informações de interesse global. Para finalizar, já que o importante aqui é a dica da palestra, vale agradecer o tradutor dela, o brasileiro Rafael Tourinho Raymundo. Não fosse ele, pessoas como eu, que não consegue acompanhar um papo em inglês de forma decente, não teria visto o vídeo e escrito sobre ele neste blogue. (Thiago Domenici)

Um comentário:

Tadeu disse...

muito louco!

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