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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

domingo, 3 de julho de 2011

A virada

Tomarei a última garrafa de whisky às cinco em ponto.

Seis horas depois estarei na contramão da rodovia norte-sul.

Lá alcançarei a máxima velocidade possível do porsche roubado uma hora antes.

Rodarei com uma dose cavalar de adrenalina por 5 km na faixa exclusiva dos caminhões.

Você pode imaginar a sensação da adrenalina misturada ao álcool? e a velocidade?

O vento entrará pela janela e seu barulho me libertará. Falta pouco.

As luzes crescem e com elas as buzinas e freios fazem coro a minha orquestra particular.

A 150 metros do fim o coração se iguala ao velocímetro.

Marca 200. E bate.

Assim, sem adjetivos e explicações formais, morrerei a meia noite do dia 31 de dezembro de 2018.

Será o dia da virada.

Fredo Sidarta, poeta, para a seção Cronetas do NR.

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