A Pública, Agência de Jornalismo Investigativo, arrisco dizer, é o mais interessante projeto de jornalismo em andamento no país. Tirando o fato de Marina Amaral e Natalia Viana serem competentes, talentosas e das melhores repórteres desse país, a Pública, da qual são sócias-diretoras, é uma raridade no cada vez mais escasso e nobre ofício da reportagem.
A agência, já premiada por algumas de suas investigações, se mantém basicamente de doações de organizações estrangeiras, como a Fundação Ford e a Omidyar Network. Ela não aceita grana de governos, por exemplo. Não é fácil, acreditem, manter uma engrenagem de redação sem fechar uma simples equação financeira. Há três anos na estrada, as reportagens investigativas tem nesse modelo de financiamento uma garantia de independência editorial. Basta ler o que produzem como a matéria que entrou no ar hoje, sobre espionagem da Vale contra movimentos sociais, para concluir o óbvio: poucos têm levado tão a sério a reportagem investigativa com fins de interesse público.
Dito isso, esclareço meu objetivo: fazer um chamado a reportagem, já que termina dia 20 de setembro a campanha de crowdfunding que objetiva arrecadar no site de financiamento coletivo Catarse 47 mil reais - faltam 7 dias e pouco mais de 17 mil reais para chegar ao total necessário. Com o dinheiro dessa "vaquinha virtual", a Pública vai doar e supervisionar seis bolsas de 10 mil reais para repórteres de todo o Brasil que inscreverem suas propostas no site da agência. E o interessante é que quem doa pode votar em quais reportagens devem ser realizadas.
Está tudo explicado, timtim por timtim, no site da agência (aqui). Eu já fiz minha doação, farei outra se necessário. Quem está insatisfeito com a imprensa tradicional, está aí uma boa oportunidade de ser parte de algo novo e contribuir com quanto puder – a partir de 10 reais – para um projeto que preza a independência e o bom jornalismo, aquele em que o leitor é a prioridade.
Obrigado pela leitura,
Thiago Domenici, editor e coordenador do NR
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