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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Matem o comunista

Passados os 50 anos do golpe militar a coluna 1964+50 segue firme em 2015, mas agora com novo título: VIVOS. Afinal, mortos e desaparecidos estão vivos na nossa memória e na nossa história.



por Fernanda Pompeu    ilustração Fernando Carvall

Hiram de Lima Pereira
Nascimento: 3 de outubro de 1913
Cidade natal: Caicó - RNbr
Desaparecido: 15 de janeiro de 1975
Cidade final: São Paulo - SP

Quem botou as mãos nele foi o pessoal da Casa da Vovó, apelido que os agentes de repressão davam ao Doi-Codi de São Paulo. O sequestro de Hiram de Lima Pereira fazia parte do plano de dizimar os dirigentes do PCB - Partido Comunista Brasileiro. Seu currículo político era impressionante: deputado federal pelo Rio Grande do Norte. Redator, em Recife, do Folha do Povo, jornal oficial do Partidão. Secretário de Administração na prefeitura de Miguel Arraes.

Com o Golpe de 1964, Hiram entrou na clandestinidade. Seguiu comunista, seguiu atuando. Como todo o PCB, nunca pegou em armas contra a ditadura militar. Acreditava no trabalho com as massas. Segundo Célia Pereira, companheira de Hiram, o marido estava fragilizado, quase cego por conta de catarata e glaucoma. Também sofria de problemas cardíacos. Os torturadores da Casa da Vovó levaram Hiram para o centro clandestino de tortura e morte em Itapevi. Depois, ninguém sabe, ninguém viu.

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Fernanda Pompeu é a mulher do texto
Fernando Carvall é o homem da arte

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