O centro da narrativa é a história de Jaime Dri, militante político dos Montoneros, grupo peronista, nacionalista e tão complicado quanto qualquer aspecto da vivência política argentina. Dri, ou Pelado, descobre uma faceta ensandecedora da ditadura ao ser raptado pelos militares: os chupados, ou seja, os militantes políticos que passavam a colaborar com o regime depois do rapto. Um daqueles livros para agarrar na leitura e ficar o tempo inteiro na tensão à espera do desfecho de sucessivos episódios. Pelado vai ou não passar para o lado dos milicos? Será morto na tortura? Quais os companheiros que realmente traíram o movimento? Fortíssima a narrativa de Bonasso, que escreveu também El Palácio y la Calle, no qual narra – bem, mas de maneira não tão empolgante – os bastidores da derrocada argentina de 2001-02.
João Peres é jornalista e colunista do NR
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