Cobiçada por galerias de arte no mundo todo, a estética autêntica do graffiti da cidade de São Paulo tem ganhado cada vez mais espaço dentro do campo das artes contemporâneas.
Integrante de um seleto grupo de artistas nacionais reconhecidos internacionalmente, Claudio Ethos extrapola os limites da imaginação e ressignifica o conceito de arte urbana no país.
Suas pinturas são pontuais, os personagens construídos lentamente no muro formam um deleite visual capaz de impactar abruptamente as pessoas que caminham pelas ruas e os transpor para uma linha tênue entre ficção e realismo estritos ao seu universo criativo.
Nas asas do crescente interesse midiático e do mercado de arte pelo graffiti nacional se aglomeram um contingente de novos aspirantes a artistas urbanos. Se por um lado há um processo de reconhecimento das Instituições Públicas e Privadas pelo trabalho de artistas cuja trajetória no meio é louvável, por outro observamos a massificação da cultura do graffiti, protagonizada por jovens que colocam em primeiro plano o ato de pintar na rua e deixam de lado o aperfeiçoamento de seu talento e suas habilidades artísticas.
Na contramão deste movimento, Ethos mostra sabedoria ao optar pelo refino do traço e paciência ao trabalhar insistentemente no aperfeiçoamento de seus personagens.
Foi um processo longo de concentração e produção interna (dentro de seu ateliê, fora das ruas) que perdurou durante anos até atingir um nível de exigência e satisfação pessoal específico antes de ganhar os muros da cidade com suas pinturas.
Victor Moriyama, 26 anos, é repórter fotográfico do Jornal O Vale, em São José dos Campos, cidade que reside atualmente. Mantém coluna Fotógrafo-escreve no NR.
3 comentários:
Victor, eu não conhecia o trabalho do Claudio Ethos. O trabalho dele é incrível! Muito obrigado por compartilhar...
Victor, venho desenvolvendo um trabalho de preservação da memória urbana. O site traz grafites dos locais que costumo visitar. Eu gosto de fotografias preto e branco, mas a força dos grafites se perde um pouco. Eles costumam falam com as cores. Exemplo, onde a mensagem é sangue, estoura um vermelho gritante que pode não ser percebido e pode apagar um pouco o brilho do artista se não mantiver as cores originais. Meu site com os trabalhos e: http://www.flickr.com/photos/arte_urbana/ Apareça! Abraço.
Javier, agradeço seu comentário. Acompanho a arte urbana há mais de 12 anos. Recentemente escrevi o livro Estética Marginal (Ed. Zupi) Dê uma olhada. NO caso do trabalho do Cláudio, optei pelo preto e branco porque ele trabalha com poucas cores. Colorido fica bom, mas optei por fazer este ensaio em pb, mais charmoso, valeu a força, abraço
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