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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Pague cinco estrelas e leve três

Terça e quarta-feira estive em Brasília a trabalho. Cai na burrice, por falta de experiência na cidade, de não reservar hotel. Lá pelas nove da noite, após exaustivo dia de trabalho liguei para alguns hotéis. Quase todos lotados. Quase, por que um único na Asa Sul tinha um quarto. Lá fomos eu e minha companheira de trabalho, Marina.

Ao chegar no três estrelas para passar míseras 9 horas de sono, a surpresa:

- senhor, o pernoite é de 180 reais.

"Não fode", pensei e respondi:

- amigo, não tá meio exagerado isso não?

- é preço de balcão, sorriu o grande filho da puta!

- Engole seco, Thiago, ou é isso ou dormir na rua, com roupa social, duas bolsas e cheio de fome, ponderei com minha indignada consciência.

Brasília é deserta, descampada, sem muita gente na rua. Os hotéis são caros, o táxi é caro, o ar é oficialesco, mas o céu é foda, lindo e azul. O calor é pior, tempo seco. Use roupa preta e morra na rua. Há. E Niemeyer é ducaralho, sua arquitetura é genial, simplesmente, genial!

O hotel era uma porcaria. Óbvio. Sem ar condicionado, quarto precário, tv de 21 polegadas com antena de bombril. Pra foder de vez o quarto era no nível da rua - isso mesmo - dormi no subterrâneo de Brasília, sensacional a experiência de acordar e ver os carros passarem no seu nariz. Sem contar a cama ruim, o travesseiro duro e o café da manhã sem pão - é sério, não tinha pão - e sem água gelada também (num calor de 30 graus); nem vou falar do queijo fatiado amarelo manga de extremidades duras, meeeeeu deus!

O cartão de crédito olhou pra mim na hora de pagar e disse: "porra, chefe, tá pagando cinco num de três, trouxa."

Foram as 9 horas de sono mais caras da minha vida.

Pensei no jogo do São Paulo e Goiás. Queriam cobrar 500 paus o ingresso só por ser o último jogo do campeonato e pra foder o torcedor apaixonado e os putos dos cartolas encherem o bolso de grana. Barraram o ingresso de 500, ok, caiu pra 150 reais. Meeeeu deus!

Me fodi porque não reservei o hotel. Explorado e inconformado. Falta fiscalização nos hotéis de Brasília. É fato. Não tem controle. Aprendi a lição. Não faça igual. Em Brasília, reserve a porra do hotel dias antes. Com o que sobrar, bebe umas e brinde "ao Thiagão, o trouxa."

6 comentários:

Anônimo disse...

hahaha, relato engraçado, envolvente e trágico.

boa!

Anônimo disse...

Meu, sério que você pagou tudo isso e não teve direito nem a um pãozinho?

Anônimo disse...

É sério vanessinha, foi bizarro. E olha que eu reclamei, mas o cara disse que ele ia na padaria, eu desencanei, tava surreal demais. Hehehehe. Beijos.

Anônimo disse...

Rafa..não parei de rir um minuto!!!...o tempo todo eu pensava - o que falta pra acontecer? - e vc contava outra...hahaha...Trash - Engraçadíssimo!!!

Thiago Domenici disse...

Ei, Nat
bom receber sua visita no blog. Volte mais vezes. Hehehe. Essa história é surreal, que bom que curtiu. Beijos.

Anônimo disse...

e eu que fiquei num hotel que tinha uma baleia gigante na entrada???
Ô lugarzinho ruim de se estar....

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