De toda maneira, será algum pesquisador pró-transgênicos. Como a comissão é dominada pela turma da biotecnologia, foi fácil que o mais votado fosse Edilson Paiva, que hoje compõe a chamada Área Vegetal da CTNBio. Pesquisador da Embrapa em Minas Gerais, ele defende os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) como forma de suprir a demanda mundial por alimentos.
Na mesma linha, e da mesma área, é Aluizio Borem, professor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Viçosa. Recente reportagem da jornalista Verena Glass ("A Ciência segundo a CTNbio") mostrou que Borem é membro de uma associação que, em 2005, recebeu US$ 161.790 mil da Fundação Monsanto, da empresa de mesmo nome que concentra o mercado mundial de OGMs. Para escrever o livro “Biotecnologia e Meio Ambiente”, aponta Verena Glass, recebeu apoio financeiro de uma fundação que tem entre seus associados Basf, Cargill, DowAgroSciences, Monsanto, Novartis e Syngenta, corporações que mensalmente frequentam a pauta da CTNBio com pedidos de liberações de novos transgênicos – quase sempre atendidas.
Por fim, o terceiro que compõe a lista tríplice é Antônio Euzébio Goulart Santana, pesquisador da Universidade Federal de Alagoas. É especialista da Área de Meio Ambiente da CNTBio e corre por fora.
De qualquer maneira, não haverá um desfecho feliz para as entidades que defendem a paralisação dos plantios de transgênicos. A CTNBio seguirá seu ritmo de rápida aprovação de novas variedades. E há o risco de que Walter Colli deixe, como última parte de seu legado, uma nova proposta de resolução eliminando o monitoramento pós-liberação de OGMs.
João Peres é jornalista e colunista do Nota de Rodapé
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