Recentemente a carta de Lorca a Juan tornou-se pública. Cada vez que aparece um material inédito do poeta as circunstâncias de sua morte e o fato de seu corpo nunca ter sido encontrado (como o de outros milhares de espanhóis assassinados durante a Guerra Civil) voltam à tona. Essa é uma história triste e interessante, mas hoje queria mesmo era falar sobre o conteúdo da carta de Lorca e da lição que acho que podemos tirar dela.
Duvido que a grande maioria das pessoas tenha energia, graça e alegria de sobra. Mas creio, isso sim, que todos nós temos em nossas vidas locomotivas que precisam ser freadas.
Se é verdade o que dizia Tomás Eloy Martínez, que passamos a vida procurando algo que está nos nossos bolsos, então podemos dizer que trazemos conosco o necessário para impedir que as máquinas nos atropelem.
Muitas vezes o que falta é que algum iluminado nos pergunte: “Já procurou no bolso do paletó?” ou nos escreva uma carta cheia de poesia dizendo que somos mais fortes do que imaginamos e que somos capazes de parar trens.
Ricardo Viel, jornalista, escreve às segundas, de Salamanca, Espanha.
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