E tem mais, Ricardo Darín é o cara. E detona, arrepia, faz um golaço ao interpretar Benjamín Espósito, um ex-funcionário público que resolve escrever um livro quando se aposenta. O roteiro da história, a fotografia, os diálogos, as sacadas de humor, a história política do país, o drama, tudo é concatenado e amarrado. Brilhante! O tema que Esposíto escolhe para o seu livro é o caso criminal que mais marcou a sua carreira no Tribunal Penal de Buenos Aires. O caso "Morales" o faz repensar as decisões tomadas no passado (corria 1974), quando o homícidio do qual ele queria se livrar de investigar - numa típica preguica de trabalho do funcionalismo público - se transforma, ao se deparar com a mulher, uma jovem estuprada e assassinada, na motivação e fio condutor das ações de sua vida. Aquela cena o toca. É o play de seu personagem dai em diante. E é nessa busca do criminoso que destroçou por consequência um homem apaixonado (Morales) que os personagens que o rodeiam - Irene Menéndes Hastings (linda e talentosa atriz Soledad Villamil), sua chefe na repartição e o fiel companheiro de trabalho, Pablo Sandoval (Guillermo Francella) -, tomam de assalto as cenas e dividem com igual competência e talento o enredo sequencial da vida de Espósito.
Importante: o crime se passa na época do governo de Isabel Perón e das ações constantes da Aliança Anticomunista Argentina, grupo de repressão do Estado que recrutou os piores seres humanos, de oficiais de polícia exonerados por delitos a civis com fichas criminais e matadores de aluguel. Outra coisa: o filme é Baseado no livro La pregunta de sus ojos (A pergunta dos seus olhos), de Eduardo Sacheri e já é o filme nacional de maior arrecadação na Argentina e o mais visto dos últimos 35 anos naquelas bandas.
Cá entre nós, como estou longe de ser um crítico competente, vou pular as partes mais picantes. Faz assim, corre para o cinema assistir que você não vai se arrepender. Arrisco uma Malufada. "Assistam ao filme, e se ele não for bom, nunca mais voltem aqui".
Thiago Domenici é só jornalista, não é especialista em cinema e não tem mestrado e nem doutorado em algum tema "relevante" pra sociedade
4 comentários:
Thiago, concordo com você.
O filme é muito bom mesmo.Sua análise foi completa, nada a acrescentar.Puta crítico, hein...
Abráss
Pepe
alô, mano véio. gracias! bom que gostou, afinal você é um baita amante do cinema, por tabela, crítico também. abrax! até a próxima cerva e tô esperando suas fotos.
Vou ver o filme, e mesmo que não goste, o que acho difícil, volto aqui!
você é colunista mano, tem que voltar. hehehe.
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