"Recebemos um mandato presidencial e não um mandado majoritário na Câmara e no Senado", avalia Dirceu, em entrevista exclusiva realizada por mim e publicada na íntegra com edição do amigo e competente jornalista Anselmo Massad na Rede Brasil Atual. "Não vejo a aliança com qualquer significado de mudança no rumo, na rota do nosso programa de governo. Pelo contrário, ela viabilizou uma maioria para que pudéssemos implementá-lo", comemora.
Uma aliança eleitoral entre os partidos pode alcançar uma bancada relevante e um número significativo de governadores. "PT e PMDB podem eleger mais de 200 deputados, mais de 35 senadores e podemos fazer de 12 a 15 governadores dos dois partidos", calcula Dirceu. Isso representaria 39% da Câmara e 42% do Senado, além de metade dos executivos das unidades da federação. Consideradas apenas as 54 cadeiras em disputa no Senado, seriam 65% do total.
A entrevista foi concedida em janeiro, na apuração de uma reportagem para a Revista do Brasil sobre a política de alianças e que estará nas bancas neste mês. Na conversa de 20 minutos - cronometrados - em seu escritório, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo (SP), ele aceitou a proposta de discutir apenas a política de alianças.
Em sua visão, "governar não tem só bônus", mas, por exemplo, sustentar a permanência de José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado em 2009 não foi um "custo político" a pagar.
"O PSDB paga um ônus por se aliar ao Orestes Quércia, colocar como principal porta-voz do José Serra alguém que foi seu inimigo número 1", provoca. "É uma aliança, uma necessidade", detalha. "Isso significa alcançar um programa de governo a partir da correlação de forças e da conjuntura do país."
Dirceu foi reconduzido, após o 4º Congresso do PT, ao Diretório Nacional da legenda. Desde 2002 ele estava afastado dos órgãos decisórios, quando deixou a presidência para integrar o governo de transição. Depois, em 2005, deixou a Casa Civil em meio a denúncias de chefiar um esquema de distribuição de propina entre deputados em troca de apoio político, conhecido como mensalão. Teve seu mandato de deputado federal cassado e permanece sem direitos políticos até 2013, além de ser réu em um processo no Supremo Tribunal Federal. Leia a entrevista na íntegra.
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