Seis horas depois estarei na contramão da rodovia norte-sul.
Lá alcançarei a máxima velocidade possível do porsche roubado uma hora antes.
Rodarei com uma dose cavalar de adrenalina por 5 km na faixa exclusiva dos caminhões.
Você pode imaginar a sensação da adrenalina misturada ao álcool? e a velocidade?
O vento entrará pela janela e seu barulho me libertará. Falta pouco.
As luzes crescem e com elas as buzinas e freios fazem coro a minha orquestra particular.
A 150 metros do fim o coração se iguala ao velocímetro.
Marca 200. E bate.
Assim, sem adjetivos e explicações formais, morrerei a meia noite do dia 31 de dezembro de 2018.
Será o dia da virada.
Fredo Sidarta, poeta, para a seção Cronetas do NR.
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