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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Big Mother, melhor que BBB

Quando estava grávida, entrei em contato com um grupo de mulheres muito bacana, militantes do parto humanizado

Para quem não sabe, o parto natural humanizado é aquele em que se respeita ao máximo a naturalidade do processo de parir; são evitadas ao máximo todas as intervenções na mãe e no bebê; o parto é feito na companhia das pessoas escolhidas pela parturiente; a mulher tem liberdade de movimentos durante o trabalho de parto e escolhe a forma como quer parir: de cócoras, na água, deitada, ajoelhada, apoiada nos braços do marido – ou o que lhe der na telha na hora. O uso de anestesia também não é incentivado, por atrapalhar muitas vezes na evolução do trabalho de parto, já que, anestesiada, a mulher perde a consciência real do processo.
Parto natural também é feito na água
Numa sociedade que chega a espantosa taxa de 70 a 90% de cesáreas no serviço privado de saúde, e uma média nacional de 47% de partos cirurgícos contra uma taxa máxima recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de apenas 15% do total de partos, essas mulheres nadam contra a corrente. Escolhem parir respeitando o processo de seu bebê e de seu corpo; e para isso lutam contra maridos, parentes, conhecidos, desconhecidos e, especialmente, contra o sistema de saúde (tanto público como privado) que, cada vez mais, empurra as mulheres para uma cesariana utilizando-se de desculpas, alegações frágeis e até mesmo mentiras.
Para quem quiser saber mais sobre o assunto, que é longo, recomendo os sites do GAMA, Parto do Princípio e Amigas do Parto apenas como ponto de partida para a pesquisa. Existem muitos sites, blogs e redes mantidas pelas militantes, que disseminam ao máximo as informações na internet na tentativa de lutar contra a desinformação geral que leva tantas mulheres a cesáreas absolutamente desnecessáreas e – pior – arriscadas para mãe e para o bebê.
Uma dessas mulheres é Rosana Oshiro, mãe de quatro filhos e grávida do quinto, brasileira que mora no Japão. Rosana teve seus dois primeiros filhos por cesáreas desnecessárias, lutou por um parto natural na gravidez de seu terceiro filho (e acabou optando por um parto domiciliar – em casa) e em seu quarto filho acabou por ter um parto desassistido (sem auxílio médico nem de parteira), embora essa não fosse sua ideia inicial. Enfim: uma parideira de tirar o fôlego!
Rosana é militante ativa do parto humanizado, mantém três blogs e agora parte para o mais audacioso de seus atos de militância. Rosana está no início do trabalho de parto, no Japão, e vai transmitir seu parto ao vivo pela internet, no intuito de demonstrar que um parto natural, e em casa, pode ser seguro, tranquilo e, principalmente, muito mais prazeroso para a mãe e acolhedor para o bebê do que uma cirurgia, ou mesmo o ambiente de um hospital.

AO VIVO!
Ela acaba de informar por email que a bolsa já rompeu mas as contrações ainda não começaram. Como é madrugada no Japão, ela está descansando um pouco, mas vai iniciar a transmissão assim que as contrações começarem. Epa, peraí! A bolsa estourou e ela vai descansar? É isso mesmo, caro leitor. Quem se interessar, tem um tempinho para entender isso e outras coisas melhor dando uma olhada nos sites que coloquei acima. Ah, e tem os blogs da Rosana também: (www.relatosdeparto.blogspot.com e http://opartoeseu.blogspot.com). Boa leitura! Quando o “show” começar avisaremos pelo twitter e facebook.




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Sofia Amaral,
mãe da Manu que nasceu de uma cesárea, mas necessária e consciente. Também é colunista do Nota de Rodapé.

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