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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

Tucanos a solta!

Dia 13 último, o que já era sabido e evidente se confirmou com um “sou” de Geraldo Alckmin, atual governador de São Paulo. Isso mostra que o PSDB já começa, sorrateiramente, a mexer suas peças dentro do próprio partido. No programa “cult” da TV Cultura, Roda Viva, Alckmin estrategicamente começou a fazer sua campanha para encabeçar o seu nome no PSDB para as eleições de 2006. Entre outras, disse que a política de juros está errada e o governo Lula pode ser resumido a uma seguida perda de oportunidades, por não ter levado adiante nenhuma das reformas ou outras promessas de campanha. A investida de Alckmin aconteceu um dia antes da pesquisa Ibope revelar, pela primeira vez, que Serra, o outro do PSDB, ultrapassaria Lula no primeiro turno, em uma das simulações de intenções de votos para as eleições do ano que vem. Segundo a CNI/Ibope, Lula caiu dois pontos percentuais em relação à última pesquisa, passando de 33 por cento para 31, enquanto o tucano José Serra avança sete pontos e sobe de 30 por cento para 37 por cento. Sobre a disputa com Serra, Alckmin respondeu que “Ninguém deve ser excluído por W. O.” “Não posso responder pelo prefeito”, repetiu. Se levarmos em conta que o PSDB governou São Paulo por 12 anos e nesse período não resolveu o problema da Febem, sucateou a Ciência e a Tecnologia e usou e abusou do apóio da imprensa paulista para encobrir seus erros, vale muito a pena fazer uma pesquisa e uma varredura nesses dois figurões e nas suas atitudes antes de qualquer posicionamento. Se eu fosse apostar, apostaria em Geraldo Alckmin como o candidato do PSDB. Primeiro porque ele tem a chave do cofre – São Paulo e, segundo, Serra “queimaria seu filme” se largasse à prefeitura em tão pouco tempo (lembre-se que ele assinou um documento dizendo que não deixaria a prefeitura para sair candidato à presidência). Se o fizer, terá traído sua assinatura e a população que o elegeu, já que palavra de político não tem credibilidade.

Thiago Domenici é jornalista
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