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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mulheres, 27 horas x Homens, 10 horas

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou a 3ª edição do "Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça", em parceria com a SPM (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres) e Unifem (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher). O estudo, importantíssimo, aponta uma queda nas diferenças nos últimos 14 anos mas permanece grande o abismo em questões como o desemprego – as mulheres sofrem mais com essa questão – e os salários – mulheres ganham menos que os homens. Se as políticas de igualdade de gênero não forem aceleradas, serão necessários 87 anos para igualar salários de homens e mulheres.
Desde 1993 as mulheres superarem os homens em anos de estudo, mas os afazeres domésticos ainda são tidos como obrigações femininas, um cenário que só vai mudar com maior conscientização cultural do "macho" brasileiro de que ele precisa por a mão na massa. O estudo diz que “Entre a população de 16 anos ou mais, as mulheres dedicam 27 horas semanais nessas tarefas; os homens apenas 10 horas.”
No recorte de raça, as mulheres negras ganham menos, ficam mais tempo desempregadas e formam o maior contingente de domésticas. “Ser empregada doméstica ainda é no Brasil do século 21 o emprego mais comum para a mulher negra. A cada cinco negras, uma é doméstica. Para a mulher branca, essa proporção diminui para uma doméstica em cada oito com trabalho remunerado. Também a pobreza é um flagelo maior para os domicílios de famílias negras. Entre os beneficiados do Programa Bolsa Família, 69% dos domicílios têm chefe de família negro e 31%, branco.”
Sites como o Ipea, IBGE e outros são importante mecanimos de consulta, já que oferecem muitas informações sobre as diversas questões do Brasil. Em vez de ficar lendo ou vendo esporadicamente notícias de jornal sem muito foco, pesquise e descubra por si só. Seja você o seu filtro.

dica de rodapé: Woody Allen dirige um filme saboroso e franco, Vick Cristina Barcelona (2008). No elenco, Javier Bardem, Scarlett Johansson e Penelope Cruz. Resumidamente: o filme trata de um rolo entre duas amigas, uma ex-mulher e seu ex-marido artista. Está em quase todos os cinemas, ao contrário do nacional Última Parada 174, que ainda não vi por dificuldade de encontrar um cinema que o exiba.

5 comentários:

Lina disse...

Gosto de tu, Thi. E tbm do teu blog.
bjos da amiga,
Lina

JULIANA AGUIAR disse...

Oi Thiago ... Gostei da sua maneira de fazer jornalismo ... Já estou colocando voce no meu favoritos pra continuar acompanhando o seu blog... A foto de abertura do blog é perfeita! Parabéns...

Thiago Domenici disse...

Lina, bom receber sua visita. Tb gosto de vc e espero que a gente se encontre em breve.Besos, Thiago.

Juliana, não sabe como é bom receber teu recado. Fico muito contente, vou lá fuçar o seu. Obrigado, beijos, Thiago

Anônimo disse...

Salve, salve, Thiagão! O lance de gênero, neste País, ainda soa meio "neandertalesco", não? Mais de oitenta anos para igualar as condições é fruto de um rídiculo e ultrapasssdo machismo, que parcece estar na veia, não só dos brasileiros, mas da sociedade em geral.
Ótima observação sobre sermos nossos própios filtros.
No post de baixo, boa lembrança sobre o Oscar e o Comunismo dele. A coerência do cara é foda!
Assisti ao Roda Viva, sim. Bicho, não sei se estou impregnado com uma certa bronca da mídia grande, mas achei que só levantavam a bola para o entrevistado chutar. Confesso que não suporto o tal de Gilmar Mendes - a quem já tinha visto no "direitoso" Canal Livre, da Band, há pouco tempo. Por lá, só faltaram lançar o cara para concorrer à Presidência da República. E você, achou o quê?
Ah, por último, parabéns pela criatividade no texto sobre Brasília. Que facada, hein velho?

Abraço,

Moriti

Thiago Domenici disse...

Morita, tá dito. Mas de todo jeito a coisa melhorou muito. O Brasil melhorou nessa questão. Os dados mostram e a realidade também. O roda é isso, em alguns casos, levanta a bola do entrevistado. Falta oposição, não partidarizada, mas oposição jornalística. Fundamentada. Mas é a linha. Vai quem quer. Legal que tem acompanhado o blog, voltei a brasília, tem outro post sobre isso, putabraço.

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