O site já no ar será lançado oficialmente nesta terça-feira, 26 de janeiro, com imagens de capas e informações sobre o jornal que foi um dos propulsores da campanha pela redemocratização do país. Ao longo do ano, os depoimentos de colaboradores também vão entrar no site.
Do jornal
Movimento foi um jornal revolucionário, de propriedade coletiva, voltado para a oposição à ditadura militar e a luta pelas liberdades democráticas. Mesmo mutilado pela censura durante a maior parte de sua existência, praticou o jornalismo por meio da reportagem e da apuração rigorosa dos fatos. Ao longo de seis anos, inspirou e divulgou campanhas que se tornaram vitoriosas, como a da defesa da anistia e a da assembléia nacional constituinte.Sua sede em São Paulo e as sucursais nos estados converteram-se em pontos de encontro de oposicionistas, em escolas de formação de novas lideranças, que se tornaram líderes políticos de projeção. Entre seus fundadores estão Raimundo Rodrigues Pereira, Tonico Ferreira, Marcos Gomes, Bernardo Kucinski, Maurício Azedo, Jean Claude Bernardet, Elifas Andreato, Fernando Peixoto, Chico de Oliveira, Teodomiro Braga, Aguinaldo Silva e Chico Pinto.
Do projeto
“Jornal Movimento, uma reportagem” é um projeto da Editora Manifesto S/A, com incentivo fiscal autorizado pelo Ministério da Cultura e patrocinado pela Petrobrás.
O objetivo é narrar a história de Movimento sob uma perspectiva jornalística, a partir da análise de documentos da época e entrevistas com aqueles que colaboraram e participaram no jornal.
O livro, a ser lançado no segundo semestre deste ano, será acompanhado de um DVD contendo a coleção completa do jornal digitalizada e indexada, o que vai garantir a preservação dos originais e permitir ao leitor um mergulho nessa que foi uma das principais publicações da imprensa popular e que fez parte da frente democrática de oposição à ditadura militar.
O levantamento da documentação e a organização e restauração da coleção estão a cargo das historiadoras Juliana Sartori e Letícia Nunes de Morais. As jornalistas Marina Amaral e Natalia Viana, o estagiário Caio da Costa Carvalho e o editor de arte Chico Max compõem a redação, chefiada por Carlos Azevedo.
Trecho de depoimento obtido com Sueli Freitas, que foi vendedora de Movimento em São Paulo, no Recife e em Rio Branco.“Foi com o jornal Movimento debaixo do braço que eu saí da casa dos meus pais e de São Paulo. Conhecer o jornal foi um salto de consciência do que estava acontecendo no país e no mundo. Virei vendedora porque sentia que estava fazendo algo importante, eu era parte da resistência à ditadura. Uma bela noite cheguei em casa, estavam no quintal queimando uma pilha de exemplares… Estavam minha mãe, meu pai, minhas irmãs, queimando tudo. Meu pai disse: prefiro ver você morta a comunista…”.
Serviço:
“Projeto Jornal Movimento, uma Reportagem”
http://jornalmovimento.wordpress.com
Editora Manifesto S.A/Rua Fidalga, 146, SP
Contato: livro.movimento@gmail.com (A/C Natalia Viana)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ofensas e a falta de identificação do leitor serão excluídos.