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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Cooperação suíço-brasileira contra o mal de Parkinson

O ministro da Educação, Fernando Haddad, assina com Didier Burkhalter, conselheiro federal do governo suíço, na próxima segunda feira, 30, às 9h, na sala da Congregação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), um acordo de colaboração científica para o desenvolvimento de novos estudos sobre o mal de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas, visando uma compreensão mais profunda desses graves problemas de saúde, seu controle e tratamento. A contrapartida suíça no acordo envolve a instalação de um supercomputador na Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa (AASDAP), organização brasileira presidida pelo neurocientista Miguel Nicolelis.
A máquina, um supercomputador BlueGene/L, da IBM com capacidade de 22 teraflops que em sua configuração final será capaz de processar 46 trilhões de operações por segundo, veio da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL). A propósito, quando o acordo de cooperação técnica entre os dois países foi definido, no final do ano passado, a EPFL também comunicou a criação da Cátedra em Neuroengenharia EPFL-NATAL, concedida a Miguel Nicolelis pela Fundação Família Sandoz, para assegurar o avanço e a aceleração dos estudos de moléstias neurodegenerativas em instituições de pesquisa geridas pela AASDAP no Rio Grande do Norte. Inclui-se aí o Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS) e os novos centros de pesquisa que vão fazer parte do Campus do Cérebro, em Macaíba, já em obras a essa altura. Nesse campus está sendo erguido o data center que abrigará a super máquina, já batizada de 14 BIS-21.
Na cerimônia de assinatura do acordo de cooperação Brasil-Suíça, na próxima segunda, Nicolelis terá a oportunidade de explicar detalhes da utilização do 14 BIS-21 no país. O neurocientista prevê múltiplos usos para o supercomputador, enquanto ele próprio se desdobra entre as atividades de professor e pesquisador na Universidade Duke, nos Estados Unidos – trabalhando na fronteira da neurociência, em especial na interface cérebro-máquina -, e as exigências da implantação de vários projetos vinculados à criação de centros de pesquisa e de educação científica integral para crianças e jovens no Brasil.
O 14 BIS-21 poderá superpor ao trabalho com dados de neurociência tarefas em
muitas outras áreas do conhecimento. Além de processar e analisar informações em tempo real da atividade elétrica, magnética e metabólica do cérebro humano, ele tem capacidade para simular e analisar modelos climáticos; realizar a análise estatística de grandes bancos de dados genômicos, proteômicos e metabolômicos; efetuar a análise geológica para prospecção de petróleo; realizar modelagem matemática em biologia molecular, genética, física de alta energia e química; e ainda pode servir para o desenvolvimento de uma plataforma computacional voltada para a educação científica.

Informações enviadas pela assessoria de Miguel Nicolelis.

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