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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Exclusivo! O Escândalo Daniel Dantas: duas investigações

A capa do livro de Raimundo Pereira
O título acima é do livro que será lançado em outubro pela Editora Manifesto. É uma reportagem do jornalista e supervisor editorial da revista mensal Retrato do Brasil, Raimundo Rodrigues Pereira. Raimundo, inclusive, publica neste setembro, na revista Piauí, que já está nas bancas, texto de seis páginas intitulado “Protógenes e eu” no qual discorre sobre o que chama – e em referência ao título do livro – sobre a investigação de Protógenes Queiroz, ex-delegado da Polícia Federal, que conduziu a operação Satiagraha do início de 2007 a meados de 2008, e a investigação dele próprio, Raimundo, sobre o trabalho do hoje candidato a deputado federal pelo PC do B. Como cita em trecho da introdução do livro, dado aqui pelo NR com exclusividade (incluindo a capa, ao lado): “Este livro é uma crítica ao trabalho do delegado Protógenes Queiroz na condução da famosa Operação Satiagraha, que levou à prisão Daniel Dantas, desde então, a mais famosa figura dos meios financeiros do País. O livro é formado por duas partes. A primeira, com considerações sobre o trabalho do policial e do jornalista. E uma segunda, com os artigos publicados na revista mensal Retrato do Brasil, sobre a investigação do delegado.” Segue: “Este livro tem uma conclusão política. Ela surge a partir de uma investigação jornalística feita para entender a razão dos erros gritantes de uma investigação policial (…)”.

"Era mentira"
Na reportagem da Piauí que acabo de ler, Raimundo aponta erros de interpretação dos grampos e contradições nos rumos da investigação e nos relatórios apresentados por Protógenes. “As gravações [aprendidas na casa do delegado] indicam que Demarco [inimigo conhecido de Dantas] ajudou Protógenes a preparar a prisão do banqueiro”. E vai além, no que se configura uma denúncia das mais graves, pois aponta uma ligação intrínseca entre Queiroz e a Rede Globo, por meio de um conhecido repórter da emissora, Cesar Tralli. Diz a reportagem de Piauí, e também consta no livro, que a gravação que levou a prisão de Humberto Braz por tentativa de suborno não teria sido gravada pela Polícia Federal, e, sim, por funcionários da emissora.
A gravação exclusiva era da Globo e não da PF?
O relatório baseado no inquérito [aberto em 24 de julho de 2008] sobre a Operação Satiagraha, foi feito pelo delegado Amaro Vieira Ferreira, e entregue ao juiz da 7º vara Criminal Federal de São Paulo, juiz Ali Mazloum, nove meses depois. “Pelo relatório de Ferreira, fica evidente que o delegado não apenas deu à Globo a exclusividade de cobertura da prisão de Daniel Dantas. Ele usou funcionários da emissora, no papel de policiais, para gravar a famosa conversa no restaurante El Trenvía exibida no Jornal Nacional. [na imagem acima]. Protógenes dissera ao juiz Fausto De Sanctis que a gravação havia sido feita pela Polícia Federal. Era mentira. A prova maior está na fita sem cortes, encontrada na busca policial do dia 5 de novembro de 2008 num dos locais em que o delegado morava, o apartamento 2508 do Shelton Inn, em São Paulo.” Segue: “Na gravação em vídeo encontrada com Protógenes, aparecem os dois cinegrafistas da equipe da Globo que fizeram o trabalho, Robinson Cerantula e William Santos. Eles surgem testando a câmera diante de um espelho – com o que se incluíram na fita.” No relatório, Ferreira diz: “A verdade só veio à luz com a apreensão das gravações originais e a revelação inconteste de que a filmagem foi realizada por repórteres da Rede Globo.” A história toda, afinal esse é apenas um pedaço de todo o enredo que permeia o jogo político e econômico nacional, está em mais de 300 páginas de texto e fotos. Para fechar, em seu blogue, acesse AQUI, o candidato Protógenes cita a presença de Raimundo Pereira durante a inauguração de seu Comitê Eleitoral de campanha, em 22 de julho.

Thiago Domenici, jornalista

6 comentários:

Anônimo disse...

Sinceramente, não vejo problema em o Estado usar provas obtidfas por recursos humanos civis.
Ainda não entendi, o Umbrella Deal existi desde 1993, foi implantado no governo Collor, isso foi falado nessa Investigação, inclusive a GloboNews, a tv Senado tb, transmitiram ao vivo os depoimentos de Dantas e Protógenes.
O fato é que Dantas quer desqualificar as provas, mesmo que sejam verdadeiras, me parece tática de "rábulas que assessoram mofinos".

Anônimo disse...

Acho que o mais importante nessa história são fatos flagrados nas imagens. Pouco importa quem fez as gravações. O globo, pela incoerência ética já está pagando seus "pecados capitais'. Creio que o trabalho executado pelo Protógenes foi correto.

Anônimo disse...

Desculpe-me,mas você está tentando enconder um crime que é responsável pela miséria desse país, descalificando o trabalho da polícia? O delegado roubou? Conrropeu? Acusou algum inocente?
Independente de quem investigou, e da forma que foi investigada, são todos brasileiro que deveria fazer até mais que isso. Já pensou se todas as pessoas decidissem ajudar a polícia, apresentando prova contra bandidos? Mas voltamos ao fato; o que estava ocorrendo naquele restaurante? Um jantar de amigos? Não né, aquilo foi ato criminoso. O fato é de que a quadrilha de Daniel Dantas é crimonosa e pronto!

Anônimo disse...

Parece que o maior crime do Daniel Dantas foi contratar uns "arapongas" da Kroll...

(Eles acabaram descobrindo algumas contas em bancos em paraísos fiscais....
Os donos dessas contas?
PT, Lula, Dirceu, Genoíno, Gushiken, etc.....)

Anônimo disse...

Que decepção!!!

Com a publicação deste livro, acho que o autor, que parecia ser um jornalista sério, resolveu reforçar o time daqueles que prestam serviços a Daniel Dantas. Que pena!

Anônimo disse...

Terá Raimundo Pereira Rodrigues seu nome na folha de pagamento do Sistema Dantas de Comunicação?

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