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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ombudsman da Folha diz que jornal precisa “explicar melhor” detalhes da quebra de sigilo fiscal

Marina Amaral, jornalista e amiga das mais competentes da profissão, escreveu a ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer, a respeito do caso do dossiê Amaury. Marina indagou. “Sra. Ombudsman, a reportagem que "sustenta" a manchete da Folha de S. Paulo de hoje (20) desmente completamente a conclusão do jornal. Se quem quebrou o sigilo foi o jornalista Amaury Jr. a serviço do Estado de Minas, pago pelo jornal, como é que se diz que a PF ligou o inquérito à pré-campanha de Dilma? Se o jornalista tentou passar isso adiante depois, não importa, já que foi como empregado do Estado de Minas que ele tomou a iniciativa de "encomendar" a quebra de sigilo. Aguardo seu comentário no jornal de domingo, grata, Marina - Assinante da Folha há mais de dez anos.”
A resposta foi. “Cara Marina, também apontei, na crítica interna, a necessidade de o jornal explicar melhor essa relação entre Estado de Minas e quebra de sigilo fiscal.”
A manchete de capa da Folha desta quarta-feira é “PF liga quebra de sigilo à pré-campanha de Dilma”. A matéria procura encontrar na revelação da PF uma comprovação do vínculo do jornalista Amaury Ribeiro Jr. com a coordenação da pré-campanha de Dilma Rousseff. Em nota recente à imprensa, a PF disse:
"Brasília/DF - Sobre as investigações para apurar suposta quebra de sigilo de dados da Receita Federal, a Polícia Federal esclarece que:
1- O fato motivador da instauração de inquérito nesta instituição, quebra de sigilo fiscal, já está esclarecido e os responsáveis identificados. O inquérito policial encontra-se em sua fase final e, depois de concluídas as diligências, será encaminhado à 12ª Vara Federal do Distrito Federal;
2- Em 120 dias de investigação, foram realizadas diversas diligências e ouvidas 37 pessoas em mais de 50 depoimentos, que resultaram, até o momento, em 7 indiciamentos;
3- A investigação identificou que a quebra de sigilo ocorreu entre setembro e outubro de 2009 e envolveu servidores da Receita Federal, despachantes e clientes que encomendavam os dados, entre eles um jornalista;
4- As provas colhidas apontam que o jornalista utilizou os serviços de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas desde o final de 2008 no interesse de investigações próprias;
5- Os dados violados foram utilizados para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política;
6- A Polícia Federal refuta qualquer tentativa de utilização de seu trabalho para fins eleitoreiros com distorção de fatos ou atribuindo a esta instituição conclusões que não correspondam aos dados da investigação."

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