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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A primavera árabe continua

Na quarta entrevista da série "O mundo Amanhã", o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, entrevista Alaa Abd El-Fattah e Nabeel Rajab, lideranças importantes da Primavera Árabe no Egito e no Bahrein

Em 17 de dezembro de 2010, Mohamed Bouazizi, um jovem tunisiano de 26 anos, ateou fogo ao próprio corpo. A auto-imolação, motivada pelo descontentamento com a situação geral das condições de vida no país, tornou-se símbolo de uma revolução que, posteriormente, se espalhou por outros 16 países do Oriente Médio, numa série de eventos que foram intitulados de “Primavera Árabe”.

Argélia, Egito, Líbano, Palestina, Bahrein, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Israel, Marrocos, Arábia Saudita, Síria, Iêmen e Emirados Árabes seguiram o exemplo da Tunísia e articularam suas próprias mobilizações. Em meio às transformações no mundo árabe, dois nomes se destacam: Alaa Abd El-Fattah, blogueiro e ativista egípcio, e Nabeel Rajab, diretor do Centro de Direitos Humanos do Bahrein.

Assange conversou com os dois ativistas para saber se eles acreditam que as manifestações foram bem sucedidas e também para entender o que os motiva a continuar lutando na linha de frente, mesmo sob forte repressão. 

Antes da entrevista, Alaa havia sido repetidamente detido sob acusações que dão inveja ao Super Homem: sabotagem e roubo de tanques, assassinatos, violência contra pelotões inteiros: “eu tinha uma boa reputação e moral na prisão. Sabe, quando as pessoas são presas por roubarem carros… Mas eu fui acusado de roubar tanques”, ironizou na conversa. Hoje ele continua impedido de viajar.

Rajab havia sido sequestrado, torturado e preso pela sua oposição ao governo do Bahrein, país no qual atua como diretor do Centro de Direitos Humanos, causa que defende desde a década de 90. 

Sobre a experiência de viver num país com uma revolução em curso, Nabeel acredita que o custo que se paga pela liberdade é alto, “mas queremos pagar por mudanças pelas quais lutamos”, diz. Um dia antes da entrevista, Rajab tuitou sobre ela na sua conta no Twitter; pouco depois, sua casa foi cercada por policiais armados e ele foi intimado a comparecer à Promotoria de Justiça para prestar esclarecimentos.

O material foi produzido pelo WikiLeaks em parceria com o canal RT, da Rússia e a publicação e adaptação no Brasil é de responsabilidade da Agência Pública.

O Nota de Rodapé é um dos sites/blogs parceiros da Pública na reprodução dessas entrevistas, 12 no total, que vão ao ar todas às quartas-feiras, às 18h.

Assista a seguir a entrevista em vídeo e com legendas em português ou clique aqui para baixar o texto completo da conversa.

   

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