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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

“Mordaça” cai no Estado de SP e vigora na capital


Lei do período militar que proibia críticas do funcionalismo público e inibia declarações do professorado estadual é revogada depois de 41 anos; na capital restrição ainda vale

Na terça-feira (8) a Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou projeto do executivo que altera a Lei 10.261 de 1968 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado) conhecida como “Lei da Mordaça”, resquício da ditadura militar que proibia o funcionalismo público de “referir-se depreciativamente em despacho ou por meio da imprensa às autoridades constituídas e aos atos da administração.”
Em dezembro de 2008 o fim da “mordaça” já havia sido aprovado na Assembléia Legislativa por unanimidade. No entanto, o governador José Serra vetou a medida, alegando tratar-se de tema de competência do Executivo, e devolveu-a para ser novamente apreciada pelos parlamentares, agora com sua assinatura, e não mais do deputado oposicionista Roberto Felício (PT).
O governador informou em sua justificativa que o envio da medida se deve à necessidade de a matéria ser disciplinada dentro dos princípios da Constituição da República de 1988, que prevê a livre manifestação de pensamento.
Levantamento do Observatório da Educação com base nos diários oficiais apontou que a “Mordaça” foi utilizada nos últimos anos no estado e no município

Capital mantém


Salvos no estado, trabalhadores do setor público municipal têm lei semelhante que ainda vigora. “É um absurdo. Não tem sentido, ainda mais que o próprio governo falou que deseja extinguir a lei, mas não toma nenhuma providência, está só nas palavras, enquanto isso a lei está sendo instrumento de intimidação dos professores”, critica o vereador Antônio Donato (PT), autor do Projeto de Lei 124/2009, que pede a queda do artigo 179 da lei 8989 de 1979. Donato informa ainda que o projeto tramita nas comissões e que a votação este ano é fundamental. “Estamos discutindo com as bancadas. O executivo ficou de mandar uma proposta de lei em maio e até hoje não chegou”, finaliza o vereador.

Thiago Domenici (publicado originalmente na Rede Brasil Atual)

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