O segundo tema, na coluna Em Transe, é o direito à banda larga. Muitos países e também o Brasil estão em vias de conectar todos os seus habitantes nos próximos 15 anos com internet de alta velocidade – mirando ali no exemplo de Sud. Países como a Finlândia aprovaram lei afirmando que a informação e o acesso são um direito fundamental tal qual a saúde e a educação, ou seja, um direito humano. É um grande avanço dos governos agir desta maneira. Chegar lá, sabemos, é que são elas. As iniciativas pipocam, seria essencial tê-las funcionando de verdade. A linha do texto, que aponta inclusive as discussões em voga no planalto central sobre o tema da universalização relata as iniciativas da Itália, Austrália, EUA etc. Antes de terminar seu mandado, só para se ter ideia da importância do tema na agenda política atual, o presidente Lula disse querer deixar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) em andamento. Seria, sem dúvida, mais uma tacada certeira do ex-metalúrgico. Resta que ele decida se teremos uma estatal gerenciando o processo ou se iremos ceder aos lobbies das empresas de Telecomunicações como Oi e Telefônica, para citar duas, que desejam controlar o processo.
Já a entrevista com o especialista Marcos Dantas, da UFRJ, fala sobre a necessidade de socializar o acesso de alta velocidade. A entrevista aprofunda as questões políticas envolvidas nos dois temas falados acima – da pratica em Sud ao PNBL – e conta os detalhes das propostas da Casa Civil, Comunicações e Planejamento. Falamos, novamente, da ação das Teles, sempre muito nebulosas e contestadas. Há, inclusive, uma critica direta ao ministro das Comunicações Hélio Costa e a Anatel que, segundo Dantas, não cumpre seu papel de fiscalizadora das telecomunicações do país. Sobre Costa, diz: “Não acredito que um governo que tenha o ministro das Comunicações que tem possa esperar por uma estatal (de serviço de banda larga) melhor”, afirmou o entrevistado para quem a privatizada Telebrás fez a única revolução das comunicações no país. Afirmação forte e polêmica, eu diria. Para fechar, registro que a imagem é de Wilson Martins Ferreira, o "Pingo", fotógrafo da cidade de Pereira Barreto, vizinha de Sud Mennucci e que me acompanhou na reportagem realizada no fim de novembro de 2009. É isso, linha na pipa.
A tabela retirada do documento do Ministério das Comunicações ao lado aponta as metas de alguns países em relação a universalização do acesso, incluindo os prazos. Abaixo, os links de acesso:
- Reportagem: Sud Mennucci não é normal
- Em transe - O direito à Banda Larga
- Entrevista Marcos Dantas: acesso de alta velocidade tem de ser socializado
Um comentário:
Li todos os textos na Revista do Brasil e estão excelentes. Sud Menucci é uma grata surpresa! Exemplo a ser seguido por outras cidades brasileiras e pelas ações do Governo Federal.
Sobre o Hélio Costa, considerando o que ele sempre representou, inclusive na escolha do modelo de TV Digital, realmente fica difícil imaginar que, com ele como ministro, a comunicação possa ser radicalmente democratizada em qualquer meio, sem atender interesses dos grandes conglomerados.
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