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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Do twitter ao holograma: o que veremos nas próximas eleições?

Muitos políticos têm feito uso da Internet para campanhas eleitorais há quase dez anos e em 2010, certamente, será algo bem mais intenso. Algumas campanhas, mesmo ainda proibidas, já começaram pelas redes sociais. Ciro Gomes (PSB-CE), segundo a Época, disparou no Twitter (@cirofgomes): “candidatíssimo a presidente”.
Nas eleições presidenciais de 2006, eu escrevia na revista Caros Amigos sobre o uso do Youtube pelos principais candidatos brasileiros, Lula e Alckmin. Um ano depois, acompanhei a campanha na Internet dos quatro principais aspirantes à presidência da França e o que vi foi um salto no uso da Internet para esse fim. Teve até candidato no Second Life, a vedete da época.
Neste ano, além das redes sociais que darão o tom das campanhas digitais (Políticos no Twitter), o uso de ferramentas e recursos tecnológicos poderão ser percebidos na Internet e na televisão. No Twitter, vedete nesta altura, dos 513 deputados federais, 253 têm perfil ativo no site, embora os erros de português chamem mais a atenção do que os números:
“Até agora, o que mais tem chamado a atenção dos internautas, porém, é a avalanche de gafes, grosserias e erros de português. Apesar do entusiasmo, a maior parte dos políticos que aderiram ao Twitter parece completamente despreparada para lidar com a nova tecnologia”, diz a publicação semanal.
Em relação aos novos recursos para as campanhas, muitos são os exemplos. Nos Estados Unidos, em 2008, tivemos um holograma da comentarista Jessica Yellin, que estava em Chicago, no estúdio da CNN. Alguma equipe de marketing político mais ousada poderia pensar em algo parecido, por que não? A Realidade Aumentada presente em programas para Iphones e infográficos digitais pode surgir também, por que não aproveitá-la? Apenas ideias.
Ah, e não se pode esquecer dos games. Deixo como exemplo um jogo do Portal UAI sobre as últimas eleições estaduais em Minas Gerais. Nos moldes de um infográfico, o “leitor-eleitor” poderia conhecer melhor o perfil de cada um dos candidatos e compará-los com o seu próprio perfil. A estrutura é simples: um quiz de perguntas e respostas e um gráfico dinâmico com as fotos dos candidatos.
Falamos da relação dos candidatos com a Internet e dos possíveis recursos a serem explorados por eles durante a campanha eleitoral, mas há também o cidadão. Para nós, as redes sociais têm a mesma importância (ou mais) que terá para os candidatos. Sem falar nos blogs, os “cães-de-guarda”, que poderão ser mais úteis aos eleitores.
Em meio a este período eleitoral digital que se inicia, os cidadãos mais atentos podem e devem fazer bom uso dos inúmeros recursos para acompanhar, de perto, a movimentação das campanhas e tudo o que é publicado sobre e por um candidato. Para os políticos amigos da Internet, o cardápio de opções tecnológicas existe e as assessorias já buscam ideias, resta esperar para saber o que realmente veremos nos próximos meses.

Paulo Rodrigo Ranieri é mestre em jornalismo, professor e pesquisador da comunicação no contexto digital, membro do grupo Atopos - ligado a USP - e colunista do Nota de Rodapé; mantém também o espaço Do Analógico ao Digital.

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