Eu quero mais é ver a seleça pegar os tubarões. Que ganhe de Portugal, ok, mas que não jogue com esse receio em mente. Pensar assim é antiesportivo. É estratégia de burocrata que vê o esporte como um negócio, uma meta, sem pensar na glória do futebol jogado, que vence por ser o melhor. Ganhar jogando como o time de Parreira, em 1994, não me apetece. Prefiro, e me perdoem os contrários, perder a copa jogando como em 1982 (ou enfrentando grandes seleções) do que ganhar jogando com o regulamento por temer times que, como Argentina e Holanda, merecem mais o caneco pelo bom futebol.
O Tostão, numa coluna de pouco tempo, escreveu: “Com a globalização, o futebol brasileiro incorporou a forma de jogar dos europeus. Querem transformar o futebol em um jogo essencialmente pragmático e programado. Diminuíram muito os dribles e as trocas de passes. Diminuiu a fantasia, mas o futebol arte não morreu. Quem tem talento joga bonito. É lindo ver um drible desconcertante de Robinho. O contra-ataque, como tem feito o Brasil, iniciando com as arrancadas de Kaká, também é bonito.”
Concordo. Sem frescura e receio, imagine um Brasil campeão do mundo derrotando grandes seleções desde as oitavas de final? O Paulo Cesar Caju, ex-jogador, deu uma declaração ótima: "Minha torcida é para que os times robotizados sejam eliminados logo. Copa é lugar para mostrar talento." Taí, ser o melhor sem ser o melhor não combina nem na frase.
Thiago Domenici é jornalista e queria ver Neymar e Ganso na Copa com Hernanes de volante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ofensas e a falta de identificação do leitor serão excluídos.