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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O petróleo vem do plástico, certo?

Certo! Bom, antes não era assim, mas agora é. Faz um ano já, quer dizer, mais. Uma empresa japonesa Blest criou uma maquininha que transforma embalagens, tampinhas e garrafas plásticas em derivados de petróleo. É como se fosse uma panela de pressão, só que, em vez de feijão, você coloca plástico. É só botar a quantidade recomendada pelos fabricantes, fechar bem a tampa, ligar na tomada, esperar um pouquinho e - como diria Chaves - zaz!O aparelho vai esquentar e derreter tudo ali dentro. O gás tóxico resultante do processo é levado para um reservatório de água acoplado ao equipamento, resfriando-se instantaneamente, sem soltar aquele cheiro desagradável. Parece milagre, não? Veja o vídeo:




Um quilo de plástico se transforma em um litro de óleo, com o gasto energético de 1 kilowatt. Bom, na verdade não é todo tipo de plástico que pode ser colocado dentro da máquina. E também não é todo tipo de derivado de petróleo que resulta do processo. Dá para derreter e transformar polipropileno, polistireno e polietileno. Garrafa PET, infelizmente, não rola. O óleo que sai da panela vem em estado bruto. Isso quer dizer que, para colocar no tanque do carro ou da moto, teria que refinar antes. Mas, ainda assim, pega fogo que é uma beleza: dá pra acender churrasqueira e fazer funcionar um gerador, por exemplo.
O presidente da empresa, Akinori Ito, deu uma entrevista para o saite da UN University sobre o assunto -- UN é de Nações Unidas. E disse que a grande importância de sua invenção é que, reconvertendo plástico em petróleo, a gente não corre mais o risco de que esse plástico seja queimado e lance um monte de porcaria na atmosfera.
“If we burn the plastic, we generate toxins and a large amount of CO2. If we convert it into oil, we save CO2 and at the same time increase people’s awareness about the value of plastic garbage.”
O sr. Ito diz que fez a máquina para que as pessoas possam usar em casa. Por isso é tão pequena e manejável. Segundo o inventor, seu sonho é que, um dia, na melhor tradição da reciclagem, nossos lares se transformem nos futuros campos de petróleo e vice-versa. Então não será mais necessário perfurar poços pelo mundo afora, muito menos nas florestas tropicais.
Hoje, porém, o preço da máquina ainda é um pouco salgado: a versão mais simples, essa que aparece no vídeo, custa 9 mil dólares. Mas, como toda novidade tecnológica que surge por aí, a tendência é baratear. E a empresa garante que está trabalhando para que todos possam derreter plástico e transformá-lo em óleo ao invés de jogá-lo no lixo.
Mais informação sobre a invenção japonesa você encontra neste saite aqui: Our World 2.0, mantido pela UN University. Lá você também encontra uma série de vídeos e informação sobre outros projetos espalhados pelo mundo que tantam ajudar a resolver os problemas do clima, petróleo, alimentação e biodiversidade. Vale a pena, mas está em inglês.

Tadeu Breda é colunista do Nota de Rodapé e vive em Latitude Sul.

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