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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Nem com uma flor

Hoje, 25 de novembro
#FimDaViolênciaContraMulher
Pátria, Minerva e Maria Tereza Mirabal eram as líderes do movimento de libertação política na República Dominicana chamado Las Mariposas.

Elas foram assassinadas numa emboscada, em 1960, durante a ditadura de Rafael Leonidas Trujillo, assassinado no ano seguinte, pondo fim ao período repressor.

Por conta do brutal assassinato das Mirabal a ONU, em 1999, declarou o dia 25 de novembro como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.

Cinco anos da Lei
Maria da Penha

“Acordei de repente com um forte estampido dentro do quarto. Abri os olhos, não vi ninguém. Tentei me mexer, mas não consegui. Imediatamente fechei os olhos e só um pensamento me ocorreu: ‘Meu Deus, o Marco me matou com um tiro’”, relembrou no vídeo abaixo a bioquímica Maria da Penha Maia Fernandes, que deu nome à Lei nº 11.340, sancionada em 7 de agosto de 2006, há cinco anos em vigor.



Por aqui, a progressista Lei responsabiliza família, Estado e sociedade pela garantia dos direitos da mulher, prevendo ainda a elaboração de políticas públicas para resguardá-los. Com ela, o Código Penal foi alterado e permite que agressores sejam presos em flagrante ou tenham prisão preventiva decretada.
“Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil, deixando o país em 12º lugar no ranking mundial de homicídios de mulheres.”  
Outras medidas para proteger a mulher, como por exemplo, a saída do agressor de casa, a proteção dos filhos e o encaminhamento das vítimas e seus filhos para uma casa abrigo foram incorporadas.

A questão, no entanto, continua grave apesar de cada vez mais mulheres denunciarem seus agressores. A lei foi um passo fundamental, mas ainda não funciona em todos os casos – a maior parte das mulheres assassinadas por companheiros ou ex-companheiros já havia registrado queixa contra o agressor.

E inúmeros casos de violência e feminicídios acontecem todos os dias. Segundo o Mapa da Violência 2010, do Instituto Sangari, “Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil, deixando o país em 12º lugar no ranking mundial de homicídios de mulheres.”

O machismo quando chega ao ponto da covarde agressão em suas variadas formas é uma excrescência dessa cultura perpetuada no seio do conservadorismo e que deve ser combatida diariamente, principalmente na educação das novas gerações.

Quando nos deparamos com dados que dizem que a maioria das vítimas – 40 % delas têm entre 18 e 30 anos – é morta por parentes, maridos, namorados, ex-companheiros ou homens que foram rejeitados por elas, revela-se a magnitude do desafio a se enfrentar.

Alguns dados, segundo a ONU:
◯ cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência;
◯ a forma mais comum de violência experimentada pelas mulheres em todo o mundo é a violência física praticada por um parceiro íntimo;
◯ uma em cada cinco mulheres se tornará uma vítima de estupro ou tentativa de estupro no decorrer da vida;
◯ 80% das pessoas que são traficadas anualmente em situações de prostituição, escravidão ou servidão, são mulheres.

Para saber mais, recomendamos:
◯ Em caso de violência ligue para 180 para receber orientação.
◯ Campanha da ONU: Una-se pelo fim da violência contra as mulheres
◯ Boletim do CFEMEA: Mulheres pelo fim da violência contra mulheres negras
◯ Geledés – Instituto da Mulher Negra
◯ Portal Quebre o Ciclo.
◯ Entenda o que é feminicídio.

O texto é uma parceria de Natalia Mendes do TodasNós e Thiago Domenici do Nota de Rodapé e faz parte da Blogagem Coletiva proposta pelas Blogueiras Feministas.

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