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30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O cara

Passados os 50 anos do golpe militar a coluna 1964+50 segue firme em 2015, mas agora com novo título: VIVOS. Afinal, mortos e desaparecidos estão vivos na nossa memória e na nossa história.


 por Fernanda Pompeu    ilustração Fernando Carvall

Mariano Joaquim da Silva
Nascimento: 8 de maio de 1930
Cidade natal: Timbaúba - PE
Desparecimento: 31 de maio de 1971
Local final: Casa da Morte, Petrópolis - RJ

Com 12 anos, ele já pegava na enxada. Logo depois foi operário numa fábrica de sapatos. Percebeu ainda jovem que só melhoraria de vida se todos melhorassem. Aos vinte e dois anos entrou para o PCB. Ainda viriam as Ligas Camponesas, o Sindicato Rural, o PCdoB, a AP e a VAR-Palmares. Mariano era um sujeito de organizações. De luta também.

Foi preso vários vezes acusado de subversivo de alta cepa. No ano anterior ao Golpe Militar de 1964, ele participou da chamada Revolta dos Sargentos - que reivindicava elegibilidade dos militares para cargos do Poder Legislativo. Deu tudo errado, mas Mariano Joaquim seguiu na agitação política. Em 1966, com mais uma prisão decretada, entrou na clandestinidade. No primeiro de maio de 1971, foi finalmente preso na Rodoviária do Recife. A partir daí foi o show de arbítrio e horror. A última pessoa que falou com ele foi Inês Etienne Romeu - a única sobrevivente da Casa da Morte, em Petrópolis, Rio de Janeiro. Segundo ela, depois de continuamente torturado, ele simplesmente foi “desaparecido”.

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Fernanda Pompeu é a mulher do texto Fernando Carvall é o homem da arte

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