Tá, existe toda uma discussão filosófica do que “é ser feliz” e blá-blá-blá. Mas e aí? O que fazer? Sou jornalista. O escritor García Márquez diz que é a melhor profissão do mundo. Não acho. Só se for na Colômbia dos tempos em que o repórter ia para a rua atrás das boas histórias de reportagem. No Brasil isso já existiu também. Os tempos mudaram. E com o tempo mudaram o jornalismo para pior.
Dr., um empacotador de caixa de supermercado e um repórter têm quase a mesma função. Não pensam (ou olham) o produto que empacotam. Precisam finalizar o trabalho o mais rápido, assim, ficam pasteurizados no ritmo do mesmo movimento. O empacotador com o produto comprado joga o material na sacola, fecha, põe no carrinho e despacha sem saber bem o que empacota e sem saber do cliente a que aquilo interessa; idêntico ao jornalista com a pauta à qual não sabe o assunto, mas escreve sobre, formata e publica sem confiança. Existem exceções, é claro. E tem nêgo que ainda se acha grande coisa! E se submete aos mandos e desmandos do patrão, normalmente filhos de uma puta que adoram te sugar. O jornalismo no Brasil é uma merda! Tem muita mutreta e manipulação! E, para mim, definitivamente, só se faz a cobertura do inútil e do óbvio. Tem um bando de cagador de regra que vende a mãe se for preciso para abocanhar seu espaço de marionete nesse mercado de grandes idiotas! Fico aflito de falar sobre isso. Deixa eu beber água, coração acelerou, um momento...
Como eu ia dizendo, tem também os caras que bancam o jornal, os donos, né? E aí não importa se é de esquerda ou direita, são todos farinha do mesmo saco de esterco. Ficam com picuinhas ideológicas. “eles isso, eles aquilo.” Por exemplo, a esquerda acusa a direita e a direita se faz de santa sempre ignorando as criticas. Só que a esquerda comete os mesmos erros. Tem gente que não quer ver, que acredita em historieta de ninar. Que se fodam! Eu vi, vivi e estou falando. Ninguém paga um salário decente pela sua mão de obra. E o discurso é idêntico para te convencer a perder sua vida pessoal e acabar com sua saúde física e mental. O cara bota a mão no seu ombro: “as coisas vão melhorar.” É tudo em nome do “projeto”. A santidade o... "projeto". Vamos quebrar o “monopólio da grande imprensa”. Eu já acreditei nessa ladainha. Vão se foder! Querem o filão deles e é só isso. O que se propõe, na maioria das vezes, é a democracia da divisão da grana. Pataquada!
- Fredo, esgotado, vai a Quicky Therapy (cena 1)
Conteúdo e respeito ao leitor que é bom não existe mais! Vindo para cá parei na banca de jornal e fiquei alguns minutos examinando as manchetes dos diários e das revistas. Faço isso todo dia porque não consigo mais comprar por falta de grana e de saco. E quem aguenta tanta informação? Acho que parte da minha fobia vem disso. Fico aflito, nervoso, não consigo ler e ataca a minha úlcera. Que isso, sinal? Hora do recreio? Vocês colocaram um cronômetro em todas as salas para contar os 15 minutos de sessão? Olha, Dr., não fosse pelo senhor eu mandaria isso aqui a merda também. Até a semana que vem!
Fredo Sidarta, poeta e trintão, escreve sobre suas sessões de quick therapy para o Nota de Rodapé
Um comentário:
Diante da pergunta: "Qual a sua profissão?" Eu já pensei em responder: Prostituta. Abro minhas pernas, ou melhor, digito caracteres a quem pagar mais e ao gosto cheio de fetiche do freguês. Subverto meus principios, me humilho, escrevo sobre chapinha, suicidas, guerras, melhor pastel e a musa do momento. Jornalista sim senhor.
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