.

.
30 de Julho de 1929, jovens velejadoras no porto de Deauville, França (Getty Images)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Araguaia: o massacre que as Forças Armadas querem apagar

A agência de jornalismo investigativo Pública tem feito um importante trabalho sobre a guerrilha do Araguaia. Nesta semana, as repórteres Marina Amaral e Tatiana Merlino trazem novas informações sobre a participação forçada de camponeses no combate aos guerrilheiros.

Leia trecho da reportagem no Nota de Rodapé e confira no site da Pública o material completo sobre a repressão no Araguaia.

"Em meio ao debate sobre a emenda que propõe o sigilo eterno de documentos do governo, a Pública revisita uma das histórias mais obscuras do período militar: a repressão à guerrilha do Araguaia (1972-1975).

Em três dias de pesquisa nos 149 volumes do processo judicial que investiga o desaparecimento dos guerrilheiros do Araguaia, a Pública coletou relatos de dezenas de moradores que foram obrigados a prender, enterrar, matar e decapitar guerrilheiros – e sofrem até hoje as consequências do que viveram nesse tempo.

Em entrevista exclusiva, a juíza titular da 1a Vara da Justiça Federal, Solange Salgado, diz que, passados quase 40 anos, reina o medo de se falar sobre o assunto entre os que participaram do conflito. Mateiros e ex-militares que colaboraram com o Grupo de Trabalho Araguaia - que investiga o caso desde 2009 em cumprimento à sentença judicial promulgada por Solange Salgado em 2003, que obriga a União a entregar os corpos dos desaparecidos às famílias – estão recebendo ameaças.

Por isso, quando esteve na região no ano passado, para recolher e checar informações sobre o paradeiro dos corpos, a juíza optou por preservar o sigilo dos autores dos depoimentos. “Foi uma garantia que o Poder Judiciário deu a essas pessoas. Elas ainda estão muito apavoradas, se sentindo muito acuadas”, disse ela à Pública.

Nossa reportagem esteve em Marabá, no Pará, e conversou com ex-mateiros e ex-soldados que confirmaram a realização das chamadas “Operações Limpeza”, por meio das quais os restos mortais dos guerrilheiros foram desenterrados e transportados a outros locais. Além disso, cinco entrevistados afirmaram ter visto atuando na repressão o ex-diretor do Dops de São Paulo Romeu Tuma, falecido em outubro do ano passado."

Por Marina Amaral e Tatiana Merlino. Matéria publicada pela agência Pública - livre reprodução desde que citada a fonte (cc)

Assista ao vídeo com depoimento de colaboradores do Exército

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ofensas e a falta de identificação do leitor serão excluídos.

Web Analytics