![]() |
O estudo do cérebro dos taxistas virou especialidade da ciência neurológica. |
Os testes e treinamentos levam até três a quatro anos antes dos exames finais. Quase a metade dos candidatos é rejeitada. Os aprovados devem saber de cor a localização de aproximadamente 25 mil ruas e 20 mil pontos importantes de referência, como monumentos, parques, museus e hotéis.
Evidentemente nenhum barbeiro ou displicente com as leis do trânsito são sumariamente eliminados. Ficha limpa também é essencial.
Mas o mais curioso é que o estudo do cérebro dos taxistas londrinos tornou-se uma importante especialidade de ciência neurológica, que não pode ser feita rigorosamente em nenhum outro lugar do mundo.
Um longo estudo publicado na edição de 8 de dezembro da revista Current Biology mostra que o longo aprendizado e perícia dos taxistas londrinos muda a estrutura de seus cérebros, em comparação com a população em geral e dos candidatos que tomaram bomba nos exames para licença.
“Os resultados são animadores para as práticas de aprendizado contínuo e também da reabilitação após acidentes cerebrais”, diz Eleanor Maguire da University College London.
O estudo envolveu tomografia cerebral comparativa de muitos voluntários taxistas, reprovados e pessoas comuns.
Maguire descobriu que os taxistas apresentaram mais massa cinzenta na parte posterior da região cerebral do hipocampo, onde, acredita-se, reside o principal centro de memória definitiva da mente. O hipocampo é essencial para a navegação espacial e memória tanto em humanos como em outros animais.
A pesquisa mostrou que no início do treinamento para obter a licença os cérebros eram iguais em todas as categorias. Mas três anos depois os candidatos aprovados mostravam substanciais mudanças no hipocampo.

Outra importância do estudo é que as medicações antidepressivas, baseados num mecanismo de recaptura de serotonina, também fazem nascer novos neurônios, mas de maneira relativamente rápida ( poucos meses), mas à custa de desagradáveis efeitos colaterais.
O estudo reforça a evidência para o tratamento de depressão por técnicas terapêuticas complementares às medicações da psiquiatria.
Flávio de Carvalho Serpa, jornalista, especial para o NR
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ofensas e a falta de identificação do leitor serão excluídos.